O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve incorporar o relatório da CPMI do 8 de Janeiro aos inquéritos que ele preside, especialmente, o inquérito 4781/2019 — das Fake News.
Nesta manhã, integrantes do colegiado entregaram o documento sobre a investigação da comissão nas mãos do ministro. Segundo o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), que participou do encontro, Moraes elogiou o relatório e disse que o documento possui um “fio condutor de todo o processo”.
“[Ele] também diz que o relatório já irá ser incorporado nos inquéritos que ele preside, especialmente no inquérito mãe, que é o das Fake News“, disse Correia. “A partir de colocá-lo neste inquérito, tudo que é de conteúdo vai se adequando aos diversos inquéritos que ele coloca, inclusive autoria intelectual, onde aí está incluído a investigação sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o núcleo duro, vamos dizer assim, da tentativa de golpe.”
Com mais de 1,3 mil páginas, o documento foi entregue na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. Moraes, que também é presidente do TSE, é o relator do inquérito que apura as invasões aos prédios públicos, que aconteceu em Brasília, em 8 de janeiro deste ano.
Como mostrou Oeste, ao todo, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), sugeriu o indiciamento de 61 pessoas no relatório, entre elas, de Bolsonaro e aliados.
Eliziane também deve entregar o documento da CPMI à Procuradoria-Geral da República (PGR), à Polícia Federal e para o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas — esse último, deve receber o documento na quarta-feira 25.
“Independentemente da PGR, ele [Moraes]já pode fazer a incorporação, porque os processos já estão abertos a pedido da própria PGR”, continuou Correia. “O caso do Jair Bolsonaro foi incluído no inquérito por um pedido da PGR em instantes atrás.”
Além de Correia, estiveram presente no encontro com Moraes os deputados Henrique Viana (Psol-RJ) e Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) e os senadores Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), Fabiano Contarato (PT-ES) e Rogério Carvalho (PT-SE).