O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse na noite de quinta-feira, 19, que os soldados de unidades terrestres devem “ficar prontos” para entrar na Faixa de Gaza. Em visita à fronteira da cidade israelense de Sderot com o território palestino, ele orientou que os militares devem esperar uma ordem para entrar na região “em breve”, sem especificar quando será o início da invasão.
“Quem vê Gaza de longe, verá de dentro”, disse ele em vídeo divulgado pelo Exército, repetindo uma fala anterior. “Agora, nossas manobras vão levar a guerra para o território deles”, completou, referindo-se ao grupo terrorista palestino Hamas, cujo ataque mortífero contra Israel em 7 de outubro deixou ao menos 1.400 mortos.
“Será [um conflito] longo e intenso”, alertou, ecoando uma fala do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Os melhores comandantes e soldados estão aqui”, garantiu.
Após o ataque do Hamas, Israel saturou a fronteira com Gaza com soldados – convocou 360.000 reservistas, que somados aos 170.000 soldados na ativa são uma força mais de 15 vezes maior que a do Hamas –, bem como tanques e helicópteros.
A última invasão terrestre e em grande escala na Faixa de Gaza ocorreu em 2014, quando uma guerra de 50 dias entre Israel e Hamas matou palestinos e israelenses. Mas espera-se que este ataque seja a maior operação terrestre do Estado judeu desde sua invasão ao Líbano, em 2006.
Imagens de satélite mostram que os militares israelenses estão concentrados a cerca de 6 km da passagem de Erez, principal ponto de entrada na fronteira norte de Gaza com Israel. O trajeto foi fechado desde que as Forças de Defesa de Israel (FDI) recuperaram o território invadido pelo Hamas em 7 de outubro.
Antecipando uma invasão terrestre, Israel emitiu uma ordem para que toda a população do norte de Gaza – cerca de 1,1 milhão de pessoas – deixasse suas casas para o sul do território. No entanto, por um lado, muitas pessoas não conseguiram cumprir o aviso. Por outro, Israel disse ter intensificado os bombardeios até mesmo em cidades do sul de Gaza, em busca de alvos do Hamas, de acordo com o exército, levando alguns palestinos a considerarem voltar para o norte.
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