Menos de quatro meses após anunciar sua saída da disputa pela Prefeitura de São Paulo nas eleições do ano que vem, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) decidiu, nesta semana, retomar o plano de concorrer a prefeito da capital paulista.
Com a CPI do MST, da qual é relator, caminhando para o fim e as resistências cada vez mais explícitas dos aliados de Jair Bolsonaro (PL) em declarar apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), Salles viu um cenário favorável para resgatar seu projeto eleitoral para 2024.
O deputado se encontrou com Bolsonaro nesta semana, em Brasília. Segundo um aliado de Salles, eles discutiram o tema eleição em São Paulo e o parlamentar saiu animado, porque o ex-presidente teria dado aval ao plano de seu ex-ministro.
Bolsonaro confirmou o encontro a seus correligionários, mas negou que tivesse garantido o apoio a Salles na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
O maior entrave para Salles é o presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto, que diz que o PL está fechado com Nunes, apesar de dizer publicamente que a palavra final sobre o assunto será de Bolsonaro.
Valdemar e Salles entraram em rota de colisão no primeiro semestre, quando Salles fez uma série de ataques ao cacique do PL e outros aliados nas redes sociais. Na sequência, Salles desistiu de concorrer a prefeito dizendo que havia sido vencido pela “velha política”.
A interlocutores, Salles disse considerar improvável sair candidato pelo PL e, por isso, estuda negociar uma saída do partido ou ingressar com uma ação na Justiça para não perder o mandato parlamentar. Ele tem enfatizado a correligionários que foi um puxador de votos em 2022 e ajudou a eleger outros deputados.
Antes de procurar Bolsonaro, Salles teve uma conversa com o senador Marcos Pontes (PL-SP), que também é apontado por bolsonaristas como possível candidato próprio caso o grupo decida por não apoiar a reeleição de Ricardo Nunes.
Na conversa, o ex-ministro e ex-astronauta teria dado indicação de que não tem interesse em participar da disputa, mas que se colocaria à disposição dos aliados de Bolsonaro.
Para Salles, segundo aliados, o levantamento do instituto Paraná Pesquisas que trouxe Nunes com 29% das intenções de voto, tecnicamente empatado com Guilherme Boulos (PSol), com 35%, mostra que o prefeito só cresceu porque não há um candidato bolsonarista na simulação e que a candidatura de Nunes não está se consolidando.
Salles havia planejado se dedicar à CPI do MST nos últimos meses e uma das estratégias seria mirar também em Guilherme Boulos (PSol), que é apoiado pelo PT. A CPI terminou na quarta-feira (27/9) sem que o relatório final fosse aprovado, uma vitória do governo Lula sobre o deputado bolsonarista.
Créditos: Metrópoles.