O desembargador Luiz Fernando Lima, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), determinou, em 3 de outubro, durante o plantão judiciário, a soltura de Ednaldo Freire Ferreira, o “Dadá”, um dos principais líderes de uma facção criminosa na Bahia. Horas depois, a decisão foi revogada pelo desembargador Julio Travessa, que analisou um pedido do Ministério Público estadual. No entanto, depois de solto, o homem não foi encontrado novamente. Ele continua foragido até a tarde desta quinta (12).
No pedido de prisão domiciliar, a defesa alegou que Dadá tem um filho “portador do transtorno do espectro do autismo”. O R7 apurou que o homem já havia pedido, em 2021, liberdade para cuidar do filho mas nem sequer ficou em casa para cuidar da criança.
Em outubro, Dadá foi um dos alvos de uma operação deflagrada pela Polícia Federal para desarticular a facção criminosa baiana.
Iniciadas em maio de 2020, as investigações revelaram o organograma da facção e as funções dos membros e constataram que parte das ordens para o cometimento de crimes graves vinha de dentro de presídios.
Nas redes sociais, o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli, criticou a decisão de soltura. “Líder da principal facção criminosa da Bahia foi solto no plantão judiciário por um desembargador, num domingo, às 20h42. Quando outro desembargador revogou a decisão já era tarde demais, ele havia desaparecido. É normal? É aceitável?”, questionou.
R7