Sensível, simpático e bem-humorado, um juiz brasileiro simples, que fala a língua do povo, viraliza nas redes sociais. Não é para menos, o magistrado parece mais um amigo da família do que aquele que vai julgar o destino da pessoa. Com este estilo, ele quebra a tensão e a formalidade nas audiências no interior da Paraíba.
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Com 203 mil seguidores, o juiz federal Kleiton Alves Ferreira, que atua na 14ª Vara da Subseção Judiciária de Patos, no Sertão da Paraíba, ganhou mais admiradores estes dias pela maneira como tratou o caso de uma idosa que pedia a pensão do marido morto.
Dona Maria Nair Santos foi abandonada pelo marido que, doente, voltou para casa e acabou morrendo. “É assim o destino do homem…Minha mãe também reclama”, afirmou o juiz, fazendo a idosa, com grave problema de saúde, sorrir.
Sensível e doce
Durante a audiência com Dona Nair, o juiz Kleiton elogiou os óculos que ela usava: um estiloso com armação preta pesada. “A senhora está com problema de vista, é?”, perguntou ele.
A idosa rapidamente respondeu que fez uma cirurgia nos olhos, que passava por problemas financeiros e que tudo se agravou com a morte do marido.
No final, o juiz deu a sentença: Dona Maria terá direito a 90% de pensão referente à aposentadoria do falecido marido que, no passado, a abandonou para “beber e aprontar”.
Que história
Kleiton mantém um perfil no Instagram que fala de vida, escolhas e muita literatura, que é apaixonado.
Modesto, contou sobre a vida dele. Muito cedo ele se tornou pai, tendo de trabalhar, passou por mil e um perrengues: foi funcionário de serviços gerais, motorista, carteiro, estagiário e, depois por 10 anos, advogado tributarista.
Segundo Kleiton, após cinco anos estudando muito, conseguiu ser aprovado no concurso do Tribunal Regional Federal. Inicialmente, no Rio de Janeiro e, depois pediu transferência para a Paraíba.
“Eu era muito ruim em tudo que fazia”, confessou o magistrado, dizendo que viveu vários “pontos de virada” que transformaram a vida dele.
O perfil no Instagram
Definitivamente, o juiz Kleiton é do tipo vocacionado.
“Eu amo o que faço. Não deixo por nada. Ser juiz e ser escritor. Um complementa o outro”, afirmou ele nas redes sociais.
Kleiton costuma postar algumas das audiências que conduz.
“Nas audiências, ouço histórias de vida, lapido e as reproduzo nas estórias que invento, nos romances. Um alimenta o outro. Mas nem sempre é fácil.”
O caso de Dona Maria e do marido Valdir, que a deixou e depois voltou para casa, está entre os mais emblemáticos.
“Um dos momentos que mais mexem comigo são aqueles que infelizmente um história de vida e amor acaba com a morte. Na maioria, é o relato da cara-metade de um casal idoso, que superou tudo menos a finitude da vida.”
O juiz lamentou o desfecho.
“É triste, e se serve à reflexão: a história não acaba, ela permanece. Por isso, escreva a sua com a pessoa do seu lado da melhor forma possível. Uma história de amor, superação e dedicação, é imortal.”
Admiradores nas redes
Nas redes sociais, os seguidores vibram com as audiências dele e comentam bastante.
Uma admiradora afirmou que: “Às vezes no silêncio da noite… eu fico imaginando o Kleiton no STF”.
Para um seguidor, é difícil acreditar que o juiz Kleiton exista.
“Vossa excelência demostra essa empatia com o próximo, realmente eu acho que tu não não existe.
SNB