O teste aconteceu em uma base militar em Twentynine Palms, na Califórnia, e ficou a cargo dos marines americanos, que utilizaram um foguete M72 LAW – um lançador de foguetes que normalmente é disparado do ombro do soldado, mas foi acoplado a um cão robótico Unitree Go 1.
Ele é uma imitação muito mais barata do cachorro Spot, desenvolvido pela empresa Boston Dynamics: o Go 1 custa US$ 2.700, contra US$ 74 mil do outro. É guiado por controle remoto, via Wi-Fi, mas possui certo nível de automação: consegue se levantar sozinho se cair, por exemplo, e também é capaz de identificar e seguir pessoas. Pesa 12 kg, e se desloca a até 17 km/h.
O cachorro consegue levar de 3 a 5 kg nas costas: carrega tranquilamente o M72 LAW (Light Anti-Tank Weapon), que pesa 3,6 kg. O foguete, que é usado pelos EUA e por alguns países aliados, tem alcance de aproximadamente 200 metros. Dependendo da ogiva equipada, consegue penetrar até 45 cm de blindagem, o que o torna eficaz contra tanques.
A Unitree é uma empresa chinesa. Isso signfica que, considerando as tensões geopolíticas entre China e EUA, o Go 1 não deverá ser usado em combate pelos americanos – se eles quiserem levar cães robóticos armados para o front, provavelmente usarão o Spot, da Boston Dynamics.
Os cães robóticos são considerados promissores em ações urbanas, contra tanques e blindados. “O sistema de armas [o cachorro] iria em frente e se aproximaria do alvo, com o marine comandando a uma distância segura”, declarou o tenente Aaron Safadi, um dos encarregados do teste.
O uso de armas autônomas ou semi-autônomas, incluindo animais robóticos, é uma tendência. Em 2022, o que parece ser um Unitree Go 1 camuflado chamou a atenção em uma feira militar na Rússia, onde foi demonstrado. Ele estava equipado com um foguete antitanque, o RPG-26. Um inventor russo também testou um Go 1 armado com metralhadora.
A robotização da guerra pode torná-la drasticamente mais letal – da mesma forma que outros grandes avanços tecnológicos, como as armas de fogo ou o avião. No começo deste mês, a ONU e a Cruz Vermelha Internacional fizeram um apelopara que as armas autônomas sejam reguladas ou proibidas.