Gilad Erdan, embaixador de Israel nas Nações Unidas, chamou a ONU de “corpo podre” e disse que ela perdeu sua legitimidade nesta sexta-feira, 27.
As afirmações de Erdan foram feitas depois que a Assembleia-Geral da ONU aprovou, também nesta sexta-feira, uma resolução exigindo cessar-fogo na Faixa de Gaza. A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu a “trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada” entre Israel e o Hamas.
A ONU também exigiu o fornecimento “contínuo, suficiente e sem impedimentos” de serviços vitais “para os civis presos dentro do enclave, uma vez que as notícias sugerem que Israel expandiu as operações terrestres e intensificou a sua campanha de bombardeamentos”, conforme a nota da instituição em seu site.
Gilad Erdan chama ONU de “corpo podre” e diz que Israel vai continuar se defendendo
Gilad Erdan ficou indignado com a resolução. Ele afirma que o seu país tem o direito de se defender do grupo terrorista Hamas, que o invadiu em 7 de outubro e fez um massacre de 1,4 mil mortos.
“É importante compreender o que aconteceu agora no corpo podre e miserável chamado ‘ONU’”, disse Erdan no Twitter/X. Ele disse que a resolução não cita a existência do Hamas. “Nenhuma palavra!”, disse ele.
A mensagem do embaixador está acompanhada por uma imagem do placar da votação da resolução. Foram 120 votos favoráveis (incluindo do Brasil), 14 contrários e 45 que se abstiveram.
Erdan também citou a proposta de emenda do Canadá à resolução, que foi rejeitada. O país governado por Justin Trudeau queria incluir um trecho condenando o Hamas pelo massacre de 7 de outubro. Ela recebeu 88 votos favoráveis, incluindo do Brasil, mas eles não foram suficientes para garantir a aprovação.
Confira, a seguir, a tradução completa do pronunciamento de Gilad Erdan no Twitter:
“É importante compreender o que aconteceu agora no corpo podre e miserável chamado ‘ONU’. A Jordânia apresentou uma proposta de resolução como parte de uma ‘discussão de emergência’, que apela a um cessar-fogo e não menciona a existência do Hamas (!), nem numa única palavra.
A proposta também não apela especificamente à libertação imediata dos raptados israelitas do Hamas. O Canadá apresentou uma alteração simples à decisão, condenando o Hamas pelo massacre de 7/10, e apelando à libertação dos nossos reféns. Como assim ‘não’? ‘Não’ na ONU.
Numa conferência sobre paz e segurança, são necessários dois terços para que uma alteração ou decisão seja aprovada. A emenda canadense teve maioria, mas não dois terços, por isso não foi aprovada e não foi incluída na proposta jordaniana. Oitenta e oito votaram a favor (ainda menos de metade dos países da ONU) e 55 contra.
Depois passamos a votar a decisão tendenciosa e prejudicial da Jordânia: 120 países deram apoio. E 14 se opuseram. Quarenta e cinco se abstiveram!!! Os que se abstiveram não foram contabilizados para efeitos de cálculo de dois terços dos participantes na votação, eles na verdade ajudaram a aprovação da decisão jordaniana.
Mesmo que eles fossem contra, ela ainda passaria, mas no limite de uma voz. Em qualquer caso, este é um dia vergonhoso para a ONU, que finalmente perdeu toda a relevância ou legitimidade.”
Em uma publicação posterior, Erdan disse que a ONU agiu como se a guerra tivesse começado sozinha, em clara menção ao ataque do Hamas. Ele também afirmou que Israel fará o que for necessário para erradicar as capacidades do Hamas e trazer os reféns de volta para casa.