O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, sugeriu nesta quinta-feira (26/10) a criação de um Conselho Nacional das Polícias e de uma Corregedoria Nacional para combater as milícias no Rio de Janeiro. Segundo Dino, a ideia é pessoal e ainda não foi colocada na mesa pelo governo. A fala ocorre após ataques promovidos pela milícia na cidade.
Para o ministro, o problema das milícias é uma “engrenagem” e não existe “bala de prata” para resolver a questão, que requer uma série de ações coordenadas. Ele disse ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o tema seja prioridade da pasta.
“Estamos aqui pensando em outros temas. Aí é uma ideia minha, não é do governo ainda, e é a primeira vez que eu externo em público. Será que o Brasil, que tem o Conselho Nacional de Justiça, o Brasil que criou o Conselho Nacional do Ministério Público, não deve, nesse momento, criar o Conselho Nacional das Polícias? Criar uma Corregedoria Nacional das Polícias? Isso não ajudaria os estados? É uma ideia, ainda muito insipiente, mas pode ser um passo também”, declarou Dino em entrevista à Globonews.
Nos últimos dias, milícias do Rio de Janeiro queimaram cerca de 40 ônibus e estações do BRT em retaliação à morte de um homem, ligado a milicianos, pela polícia. A milícia é formada, de forma geral, por agentes ou ex-agentes das polícias, bombeiros, e civis.
Intervenção federal descartada no momento
Dino citou a apreensão de 47 fuzis na Barra da Tijuca, e afirmou que o problema das milícias é uma engrenagem que não atinge apenas a periferia. “A engrenagem está nucleada, aglutinada, representada e financiada em pessoas que não estão nos morros, nas favelas, enfim, nos bairros periféricos. Então, é esse olhar que nós estamos buscando, e é esse, neste momento, o desafio mais importante que o presidente Lula me determinou e eu estou focado nele quase que integralmente”, frisou Dino.
Questionado, o ministro respondeu que a possibilidade de uma intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro está descartada no momento, mas que o cenário pode mudar no futuro. Ele destacou ainda que, na semana que vem, o presidente Lula deve anunciar mais ações para apoiar o Rio de Janeiro no combate à violência.
Correio Brasiliense