No mais novo capítulo de uma interminável agonia do PDT do Ceará, o senador Cid Gomes (foto) foi destituído do comando da legenda estadual do partido nesta segunda-feira (2). A decisão foi assinada pelo presidente nacional do partido, o deputado federal André Figueiredo (PDT-CE) e contou com o aval de Carlos Lupi, o ministro da Previdência e um dos mandachuvas da legenda.
O motivo seria uma reunião do diretório estadual ocorrida na última sexta-feira (29), que acabou gerando uma confusão, com momentos de gritaria e empurra-empurra. Com isso, o partido acabou não deliberando se apoiaria ou não o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), motivo original da cizânia.
Após o entrevero, Figueiredo disse ter ouvido todos os lados da discussão e inclusive Ciro Gomes, o ex-presidenciável e irmão de Cid Gomes. Ambos estão brigados desde as eleições do ano passado e não se falam mais e Ciro teria dado o aval para a retirada do irmão do cargo.
O veredito, concluiu Figueiredo, é que a situação estava insustentável para Cid. “Não dá pra gente continuar convivendo com esse desarranjo institucional que está vivendo o PDT, inclusive com desrespeito a companheiros históricos do partido”, disse Figueiredo a apoiadores. Com isso, ele voltará ao comando da legenda no estado.
Cid disse à imprensa local que foi surpreendido com a decisão do seu afastamento do comando da legenda. José Sarto (PDT), o prefeito de Fortaleza, elogiou a manobra que tirou o senador do cargo, enquanto o líder do PT lamentou o que chamou de “desrespeito” com o agora ex-presidente.
Este é apenas o episódio mais recente de uma série de episódios que marcam a perda do domínio do PDT cearense pelos irmãos Cid e Ciro Gomes. Depois de um domínio completo do partido na região nos anos 2010, ambos brigaram durante as eleições ano ao passado sobre o apoio da legenda a governos do PT (Cid é a favor; Ciro e contra). Agora, a disputa quase fratricida tende apenas a escalar.
Crusoé