Nesta quarta-feira (18), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que o governo brasileiro ainda não tem perspectivas de data para a repatriação do grupo de brasileiros que está na Faixa de Gaza, epicentro do conflito sob bloqueio israelense.
Segundo Vieira, as negociações com autoridades de Israel, Palestina e Egito continuam, mas o momento da abertura da fronteira entre Gaza e o Egito, que é a única possível para a saída dos brasileiros, depende de uma série de questões, incluindo o cessar-fogo entre as partes em conflito.
“Só existe uma fronteira possível, que é entre a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, no Egito. A abertura, não há uma perspectiva. Por isso, eu já falei duas vezes com o ministro do Egito pedindo que, não sendo tão numerosos os brasileiros, que seja feita da maneira mais rápida – no momento em que for aberta a passagem para todos”, disse.“Mas aí, quanto ao momento da abertura, depende ainda um pouco de uma série de questões. Depende dos dois lados, tanto de Israel e também das autoridades em Gaza quanto do lado do Egito. Para haver uma passagem ordenada, também”, prosseguiu.
Ainda de acordo com o chanceler, há cerca de 5 mil civis de diferentes nacionalidades aguardando a abertura do posto de Rafah, na fronteira Gaza-Egito. Além das dificuldades de negociação diplomática em meio à guerra, há ainda problemas operacionais, como a falta de guichês suficientes para a passagem de todos os civis.
“Por essas questões todas práticas, ainda não foram abertas as passagens e não pode haver a saída dos brasileiros e outros nacionais. Não temos ideia, estamos trabalhando intensamente com as autoridades egípcias e também do outro lado, para que isso aconteça no mais rápido prazo possível”, disse o chanceler.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chanceler Mauro Vieira estão em negociações com representantes do governo do Egito, de Israel e da Autoridade Palestina na tentativa de garantir um cessar-fogo. A medida é fundamental para que um ônibus com brasileiros deixe o território palestino em segurança.
Apesar dos esforços do primeiro escalão, entre os pontos que dificultam o processo de repatriação desses brasileiros estão os bombardeios a Rafah, em meio ao bloqueio israelense até que o Hamas libere os reféns. A preocupação no Egito também é um êxodo em massa de palestinos, causando uma crise de refugiados no país.
Gazeta Brasil