A Boeing tem sofrido prejuízos massivos com novos jatos presidenciais dos Estados Unidos. Os relatórios financeiros divulgados pela empresa nesta semana revelam que já foram perdidos mais de US$ 1 bilhão em cada um dos dois jatos 747-8 encomendados pela Força Aérea.
Segundo os números, a empresa acumulou um déficit de US$ 482 milhões no contrato de modernização dos dois jatos, que fazem parte da próxima geração do avião presidencial. No entanto, os custos dos fornecedores subiram consideravelmente desde a assinatura do contrato no valor de US$ 3,9 bilhões, levando a um adiamento constante da data de entrega.
Como resultado, a Boeing já havia reportado prejuízos de US$ 1,45 bilhão com os aviões no ano passado e mais US$ 318 milhões em 2023. Essas perdas, no entanto, não são uma surpresa para a empresa, já que o CEO Dave Calhoun admitiu em abril do ano passado que a Boeing não deveria ter fechado o acordo com a Força Aérea, classificando-o como uma negociação e um conjunto de riscos únicos.
A empresa alega que a última perda no programa se deve a mudanças de engenharia, instabilidade trabalhista e resolução de negociações com um dos fornecedores. Embora seja comum que custos mais altos em contratos de defesa sejam repassados aos contribuintes dos EUA, a Boeing assinou um contrato de preço fixo para os dois novos jatos como resultado de pressão do então presidente Donald Trump, que ameaçava cancelar o acordo.
De acordo com Calhoun, esse tipo de contrato pode introduzir custos irrecuperáveis em caso de obstáculos imprevistos. No entanto, a empresa afirma estar comprometida em entregar dois aviões excelentes ao seu cliente.
Tecnicamente, o programa é conhecido como VC-25B, pois a conhecida designação “Air Force One” é reservada para quando o presidente está a bordo da aeronave operada pela Força Aérea dos EUA, mas não quando está em solo ou em construção.