O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou não estar preocupado com a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), mas disse que o Judiciário está extrapolando nas investigações contra o ex-presidente e que haverá troco.
“Isso é efeito bumerangue, é o que vai acontecer com quem está exagerando. Isso vai se voltar contra o Poder Judiciário”, disse Valdemar à Folha.
Sem citar nomes de ministros, o presidente do PL classificou decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), presidido por Alexandre de Moraes, de “brincadeiras” que “passaram dos limites”.
“O que o Judiciário fez com ele, não tem como ficar bem. É só uma pessoa que é cega que não enxerga.
Passaram dos limites essa brincadeiras. Dar multa de R$ 22,9 milhões. Essas brincadeiras… Marcar a data do julgamento no dia 22. Isso vai ter troco porque é a vida”, afirma.
A data a que Valdemar se refere, cujo número é o mesmo do PL (22), é a do início do julgamento do TSE que tornou Bolsonaro inelegível.
A multa citada foi aplicada em novembro por Moraes ao PL na ação em que o partido visava invalidar votos depositados em parte das urnas no segundo turno das eleições. Moraes condenou a coligação de Bolsonaro ao pagamento de multa no valor de R$ 22.991.544,60 por litigância de má-fé.
“O negócio das joias é um exagero, porque era um presente pessoal. Eu não tenho dúvida. Igual a todos os presidentes que passaram, é que ninguém nunca mexeu com o assunto. Eles querem matar o Bolsonaro.”
Valdemar afirma que o ex-presidente errou na comunicação da pandemia do coronavírus e “pagou caro”, perdendo a eleição.
O presidente do PL diz que não está preocupado com a delação de Cid porque Bolsonaro é honesto e porque tem certeza de que não vão achar rastros de uso indevido de dinheiro público. Afirma ainda que Bolsonaro também não tem preocupação com a colaboração.
Folha de SP