O diabetes é um problema extremamente comum entre a população. Dados do IDF (International Diabetes Federation) apontam que uma a cada 10 pessoas vive com a condição, causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo.
De acordo com a endocrinologista Tassiane Alvarenga, no diabetes tipo 1, há a falta de insulina, e corresponde de 5% a 10% dos casos, ocorrendo, principalmente, entre crianças e adultos jovens. Já no tipo 2, ocorre a resistência ao hormônio geralmente a maioria dos pacientes é assintomática, sendo pacientes com sobrepeso, obesidade e um estilo de vida ruim, incluindo uma dieta rica em calorias e gordura, além da falta de atividade física.
A endocrinologista Thais Mussi, da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), afirma que embora a diabetes tipo 1 e tipo 2 compartilhem muitos sintomas em comum, elas têm origens diferentes e podem apresentar algumas particularidades nos sintomas. “O diabetes tipo 1 se manifesta rapidamente, em algumas semanas; gera rápida perda de peso devido à falta de insulina; e pode causar cetoacidose diabética, com sintomas como respiração rápida e hálito com odor de frutas. Já o tipo 2 acontece gradualmente, geralmente em anos, com sintomas leves ou imperceptíveis”.
Entre os sinais que a doença pode apresentar, a endocrinologista Isis Toledo cita urinar com frequência; sentir mais sede que o normal; perda de peso sem a intenção; sensação de fraqueza e cansaço; irritação ou alterações de humor; visão embaçada; feridas com cura lenta; infecções frequentes, como nas gengivas, pele e vaginais.
Thais explica que os sintomas podem ser confundidos com os de outros problemas por não serem específicos. “A sede excessiva, fome e micção frequente podem ser associadas a problemas renais, infecções do trato urinário ou ao uso de certos medicamentos diuréticos. A fadiga pode ser atribuída a condições como hipotireoidismo, anemia ou síndrome da fadiga crônica. Perda de peso inexplicada pode ser erroneamente vinculada a distúrbios metabólicos, problemas digestivos ou até a certos tipos de câncer. Visão embaçada pode ser confundida com problemas oculares naturais do envelhecimento ou outras doenças oculares”.
O diabetes pode causar sintomas como urina, sede e fome excessivas devido ao açúcar elevado no sangue. O corpo tenta eliminar o excesso de açúcar na urina, o que leva ao aumento do volume urinário, resultando em desidratação e, consequentemente, na sensação de sede intensa por parte do paciente, esclarece Tassiane. “No entanto, ainda não há insulina para carregar o açúcar para dentro da célula, mas ela continua precisando de combustível. O corpo, então, sente mais fome para que o indivíduo se alimente e supra suas necessidades”, completa Isis.
“A tontura e as mudanças de humor associadas ao diabetes decorrem de variações nos níveis de glicose no sangue. Quando a glicose está baixa (hipoglicemia), o cérebro não recebe energia suficiente para funcionar adequadamente, causando sintomas como tontura, confusão mental e irritabilidade. Em contrapartida, quando a glicose está alta (hiperglicemia), pode ocorrer um excesso de fluidos sendo excretados pelos rins, levando à desidratação e, consequentemente, tontura. Além disso, níveis cronicamente elevados de glicose podem afetar a função cerebral e o equilíbrio de neurotransmissores, contribuindo para alterações de humor, como irritabilidade e depressão”, afirma Thais.
Thais alega que “o diabetes influencia o peso devido à maneira como afeta o metabolismo da glicose e a ação da insulina. Quando o corpo não consegue usar adequadamente a glicose por falta ou resistência à insulina, ele recorre a reservas de gordura e músculo para energia, levando à perda de peso. No diabetes tipo 2, a glicose não usada pode ser convertida e armazenada como gordura, contribuindo para o ganho de peso. Além disso, tratamentos que envolvem insulina ou medicamentos que aumentam sua quantidade podem promover o armazenamento de glicose, resultando em ganho de peso. Portanto, a relação entre diabetes e peso é complexa, com potencial para causar tanto perda quanto ganho, dependendo da situação e do controle glicêmico”.
O diagnóstico de diabetes requer que sejam feitos alguns exames. Os mais comuns são a glicemia de jejum, que mede os níveis de glicose após 8 a 12 horas de jejum. Um valor igual ou superior a 126 mg/dL em duas ocasiões indica diabetes; O TOTG (Teste Oral de Tolerância à Glicose) em que, após o jejum, o paciente consome uma solução com glicose e suas concentrações sanguíneas são medidas em intervalos. Um valor de 2 horas igual ou superior a 200 mg/dL indica diabetes.
Podem ser solicitados, também, os exames de hemoglobina glicada (A1c), que reflete a média dos níveis de glicose nos últimos 2 a 3 meses, onde um valor igual ou superior a 6.5% sugere diabetes; e a glicemia aleatória, medindo a glicose em qualquer momento do dia, independentemente da última refeição. Um valor igual ou superior a 200 mg/dL pode indicar diabetes, especialmente se acompanhado de sintomas.
R7