A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Rosa Weber, disse nesta 2ª feira (25.set.2023) que a internet está ocupada por “agentes do ódio”, que estão determinados “a manipular o pensamento individual e coletivo, de modo a desacreditar as instituições políticas e fomentar a discórdia”.
“O otimismo inicial com o surgimento de um estado público global de comunicação, por meio da internet, viria a dar lugar ao desalento ocasionado pela ocupação desse espaço, naturalmente democrático, por agentes do ódio e da desinformação, determinados a manipular o pensamento individual e coletivo, de modo a desacreditar as instituições políticas, fomentar a discórdia, incitar a violência e instigar todas as formas de discriminação social”, disse a ministra.
Rosa também afirmou que o direito de emitir opinião crítica sem risco de represália é essencial em sociedades democráticas. Ainda assim, declarou que a exposição ao contraditório não pode abrir espaço para a desinformação. Para a ministra, é preciso um “esforço permanente” para combater a disseminação de fake news.
“Esse tema [da desinformação] traduz um dos grandes desafios das democracias modernas, especialmente nos países ameaçados cotidianamente pela ascensão de discursos autoritários e do pensamento fundamentalista. Enfrentá-lo requer esforços coordenados e permanentes”, afirmou a magistrada.
Rosa Weber discursou na abertura do seminário “Liberdade de imprensa: onde estamos e para onde vamos?”, promovido pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em parceria com a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão). O evento foi realizado em Brasília, nesta 2ª (25.set).
APOSENTADORIA
Rosa deixa a presidência do STF e sua cadeira na Corte em 2 de outubro, quando completa 75 anos e tem de se aposentar compulsoriamente. Ainda não há um nome definido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar a vaga dela.
São considerados: o ministro da Justiça, Flávio Dino, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas. Há também expectativa de que Lula indique uma mulher ou um negro à vaga.
Poder 360