O prefeito do município catarinense de Chapecó, João Rodrigues (PSD), cancelou nesta quarta-feira, 6, o desfile do Dia da Independência na cidade. A decisão, segundo ele, foi tomada para “evitar manifestações ou protestos com temas nacionais que pudessem perturbar” o evento. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o prefeito suspendeu a cerimônia no momento em que ocorre um movimento de bolsonaristas para o boicote às comemorações do 7 de Setembro, como forma de protesto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e às Forças Armadas.
“Chapecó não terá a parada cívica. Por quê? Porque recebemos informações importantes de alguns grupos que estariam se organizando para promover atos no decorrer do desfile do dia 7 de Setembro”, disse. O prefeito não explicou quais são essas informações.
Rodrigues afirmou que o Brasil passa por um “momento difícil”, porque, segundo ele, “pessoas inocentes” foram acusadas de vandalismo, em referência aos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília em dia 8 de janeiro. “Por isso, a decisão foi em prol da manutenção da paz e da tranquilidade da cidade.”
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Na capital federal, logo após a invasão dos prédios públicos, 1.424 pessoas foram detidas. Hoje, a maior parte responde pelos atos em liberdade. O Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto tiveram vidros quebrados e móveis e peças do acervo destruídos.
“Baseado no que aconteceu dia 8 lá em Brasília, muito mal explicado, onde pessoas inocentes acabaram pagando pelo que não deviam, Chapecó quer evitar esse tipo de conflito”, disse.
No ano passado, mais de 2,7 mil pessoas desfilaram nas ruas da avenida principal da cidade em cerimônia programada pela Prefeitura de Chapecó. Neste ano, segundo o prefeito, ocorrerá apenas o hasteamento da bandeira nacional.
O Estadão procurou João Rodrigues e a prefeitura de Chapecó, mas não obteve retorno.
Estadão