Nesta segunda-feira (04), o chefe da Igreja Católica, Papa Francisco, se pronunciou acerca dos comentários feitos no dia 25 de agosto, interpretados como uma exaltação do poder russo. Para a Ucrânia, a fala do pontífice ressoou como um elogio ao imperialismo. Segundo o Papa, os comentários foram mal formulados e que na realidade ele estava querendo que os jovens russos lembrassem de sua grande herança cultural, não política.
O pronunciamento do chefe da Igreja Católica foi dado aos jornalistas que estavam a bordo do avião que retornava da Mongólia. “Eu não estava pensando em imperialismo quando disse isso”, afirmou Francisco sobre o comentário feito no último mês.
No dia 25 de agosto, durante um discurso improvisado a jovens católicos russos em uma videoconferência, o pontífice citou os antigos czares Pedro I e Catarina II, que foram grandes responsáveis pela expansão do território russo. Na fala, Francisco diz que os ouvintes são os herdeiros do “grande império russo”.
A fala do Papa gerou desconforto na Ucrânia, uma vez que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia invocado anteriormente os legados dos czares para justificar as invasões no país, e, consequentemente, a guerra.
Em contrapartida, a declaração foi bem recebida pelo Kremlin, que enalteceu o conhecimento histórico do Papa.
O pontífice se justificou dizendo que “talvez não tenha sido a melhor maneira de dizer isso”, explicando que a intensão de “falar da grande Rússia” não era pensando “tanto geograficamente, mas culturalmente”. Ele ainda cita um dos seus escritores favoritos, o literário russo Fiódor Dostoiévski.