Parlamentares da oposição, que integram a CPMI do 8 de Janeiro, devem protocolar um requerimento pedindo a quebra de sigilo telefônico do general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e uma perícia em seu aparelho celular. A informação é do senador Marcos Rogério (PL-RO).
Mais cedo, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) pediu ao presidente da CPMI, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), uma perícia no celular do general.
Maia, contudo, negou a solicitação, alegando que as mensagens não foram obtidas por meio de requerimento aprovado pela comissão, mas por vontade do ex-ministro. Em agosto, a CPMI aprovou um pedido de transferência telemática de G. Dias.
Conforme apurou a coluna, contudo, o pedido não inclui as mensagens de WhatsApp do general. Em 31 de agosto, o ex-ministro do GSI prestou depoimento ao colegiado e, ao final, disponibilizou a quebra do sigilo de seu telefone.
A oposição, contudo, argumentou que as mensagens encontradas no celular de G. Dias mostram apenas as conversas a partir de abril deste ano, portanto, quatro meses depois dos ataques do 8 de janeiro.
“Os registros de janeiro a abril do celular de Gonçalves Dias não foram disponibilizados a esta comissão”, explicou Izalci. “Isso é obstrução de Justiça e destruição de provas.”
Mensagens obtidas pela CPMI, e por Oeste, do celular de Saulo de Moura Cunha, ex-diretor da Abin, mostram que G. Dias foi comunicado sobre o risco iminente de invasões nas sedes dos Três Poderes. No telefone do general, no entanto, a conversa com Saulo não aparece.
O deputado federal Filipe Barros (PL-SP) disse que os técnicos do Senado explicaram a ele que o general trocou de celular quando saiu do comando do GSI, em abril. Em tese, esse seria o motivo de as mensagens do telefone datarem de quatro meses depois do 8 de janeiro.
Gonçalves Dias foi demitido depois da divulgação de imagens do circuito interno do Palácio do Planalto pela emissora CNN. Nas cenas, o general aparece à paisana em interação com os manifestantes.
Revista Oeste