A menina que foi salva por médicos britânicos depois de nascer com o coração fora do peito precisará passar pode mais uma cirurgia pioneira. Neste mês, os médicos realizarão uma operação para tentar fechar o peito da pequena Vanellope Wilkins, de 5 anos, permitindo que seu coração tenha mais sustentação e funcione de forma adequada. É a primeira vez no mundo que uma criança passará pelo procedimento, que será realizado em um hospital de Leicester.
A história da pequena Vanellope Wilkins começou em 22 de novembro de 2017, quando ela nasceu pesando apenas 1,5 kg e com o coração para fora do peito. Em suas três primeiras semanas de vida Vanellope – cujo nome do meio é Hope (Esperança) – passou por três operações realizadas por uma equipe de 50 pessoas para tentar corrigir a condição. Com o problema controlado, ela recebeu alta em 2018.
Quando Vanellope nasceu, seu coração foi coberto por um plástico protetor e seu peito se abriu para dar lugar ao órgão, que afundou naturalmente em seu corpo ao longo de duas semanas. Em seguida, uma tela protetora foi instalada sobre o coração e a cavidade foi coberta com um enxerto de pele. A tela, porém, não está oferendo sustentação suficiente para o órgão, o que tem prejudicado seu funcionamento. Por isso, a menina precisará passar por uma nova cirurgia para tentar fechar o peito novamente, de forma mais definitiva.
Foto: Arquivo pessoal.
“Ela fará uma cirurgia que nunca foi feita em uma criança antes”, disse Naomi, mãe de Vanellope, ao Daily Mail neste sábado (2). “Eles basicamente reconstruirão o peito dela. Uma das maiores preocupações da equipe é a posição em que o coração dela está – porque ele está estabelecido e não dá para simplesmente pegá-lo e movê-lo. Então, eles estão preocupados com o impacto que o fechamento do peito terá sobre o coração. Tento não pensar muito nisso. Preciso ficar forte por ela e meus outros filhos”.
Nos últimos dois anos, a menina ficou em coma induzido duas vezes, por um total de 30 dias, após contrair infecções virais. Ela também precisa de um cuidador 24 horas por dia e foi diagnosticada com autismo não verbal, TDAH, e visão parcial. “Os últimos anos tem sido uma montanha-russa de emoções”, afirmou a mãe. “Ela ficou com a saúde bem fragilizada por causa dos problemas no coração, que a deixaram mais vulnerável a outras infecções. Apesar de tudo, ela é um pequeno milagre. Ela é a criança mais feliz que conheço. É absolutamente incrível. Tudo que ela passou e como superou essas situações me deixa muito orgulhosa”.
Naomi é mãe solo e conta que o pai de Vanellope, Dean, deixou a família há dois anos e agora não tem contato com a filha. Ela afirma que sua casa é movimentada com os filhos mais velhos, Caleb, 14, e Jacob, 10, sendo ferozes protetores de Vanellope e a caçula Felicity, de 3 anos, uma companheira leal da irmã. “Quando se trata de Vanellope, às vezes é muito difícil carregar tudo sozinha sobre os ombros. Partiu meu coração no início, mas superamos isso, para chegarmos aonde precisamos estar. Realmente não tive escolha – tive que fazer o que era melhor pelos meus filhos e sou muito grata por tê-los comigo”.
Fonte: Revista Crescer.