Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que ficou preso durante quatro meses, deixou a sua residência na tarde desta segunda-feira
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel pode sair de sua residência ao longo do dia, mas está impedido de deixar a sua casa à noite e aos finais de semana. Além disso, está proibido de manter contato com outros investigados — as exceções são a mulher, a filha e o pai, também alvos de inquéritos. O militar deve ainda comparecer à Justiça toda segunda-feira.
Cid visitou, às 13h45, um conhecido em um prédio localizado a oito quilômetros de distância da sua residência. O edifício abriga apartamentos funcionais que servem de moradia para militares. Questionado sobre a rotina após deixar a cadeia e assinar um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens foi lacônico.
— Está tudo tranquilo — afirmou ao GLOBO.
Perguntado sobre o acordo de delação premiada, homologado pela Justiça no sábado passado, Cid disse apenas que não queria falar a respeito das investigações, que estão em andamento.
O ex-ajudante de ordens usava tornozeleira eletrônica, vestia calça jeans e camisa polo azul. Após conversar com o conhecido por cerca de vinte minutos, sob a sombra de uma árvore, Cid retornou para a sua casa.
Cid mora com a família em uma residência bancada pelo Exército e localizada numa região reservada aos militares, com praças, escolas e academias. Em cada quadra há guaritas com vigilância de soldados 24 horas e uma ampla área verde.
Por determinação de Moraes, Cid foi afastado de suas funções no Exército, mas vai manter o salário de cerca de R$ 27 mil. A expectativa dos investigadores é que a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro contribua principalmente em três investigações: sobre o suposto esquema irregular de venda de joias; a inserção de dados falsos em cartões de vacinação;