Flávio Dino está irritado (bastante irritado) com parte do PT, que passou a atacá-lo, em meio à disputa pelo Supremo Tribunal Federal e ao antigo desejo de parte do PT de dividir o Ministério da Justiça, criando o Ministério da Segurança Pública.
Nos últimos dias, desde que correu Brasília a notícia de que Dino havia se tornado o favorito para ser escolhido por Lula para o Supremo Tribunal Federal, petistas da Câmara passaram a atacar Dino dizendo que ele não tinha um plano robusto de segurança pública.
Segundo esses críticos, as atribuições relacionadas ao tema deveriam sair do guarda-chuva do ministério seja qual for o futuro de Dino, ou seja, siga ou não ele para o STF. Na prática, portanto, o PT tenta uma espécie de segundo round da disputa que perderam na transição, quando queriam essa divisão e Lula não topou, deixando Dino responsável por todas as áreas.
Na avaliação do ministro, uma série de temas são de tal maneira relacionados que não há como separá-los. Por exemplo, a política penitenciária. Ficaria com a Justiça, devido ao aspecto jurídico do cumprimento de pena, ou com a Segurança Pública, já que algumas das principais organizações criminosas do país estão nas prisões?
No entorno de Dino, a revolta é grande, porque o desejo de separar o ministério é visto como fome por cargos e não como preocupação com execução da política pública. Até porque, lembram aliados de Dino, o PT não tem exatamente um bom histórico no tema de segurança pública, nem a nível nacional, visto os governos anteriores do partido, nem a estadual, visto a situação crítica de estados como a Bahia.
Metrópoles