Por falta de tempo, a marmita se tornou um “acessório” praticamente indispensável de estudantes e de quem trabalha longe de casa. Em função da rotina corrida, há quem cozinhe no início da semana e requente ao longo dos dias seguintes. Entretanto, uma especialista garantiu que a prática de reaquecer as refeições tende a trazer riscos.
Com pós-doutorado em segurança alimentar pela Universidade de Pretória, na África do Sul, Stacey Duvenage concedeu entrevista ao portal britânico The Sun. Na conversa, a expert em microbiologia identificou nove alimentos que oferecem risco à saúde quando requentados. Descubra quais são e as consequências de esquentá-los mais de uma vez.
1. Arroz
De acordo com a especialista, o arroz é o primeiro alimento da listagem, pois quando cru, contém uma bactéria chamada Bacillus cereus. Cozinhar o grão costuma matar o micro-organismo, porém ele pode resistir na forma de esporos e causar problemas gastrointestinais, a exemplo de vômitos, diarreias e dores abdominais, conforme explicou Stacey.
“Esses esporos podem sobreviver ao processo de cozimento e começar a crescer quando o arroz é deixado em temperatura ambiente. Esta espécie de bactéria é capaz de produzir uma toxina que pode causar intoxicação alimentar”, pontuou. Para evitar complicações, o alimento precisa ser colocado na geladeira duas horas depois de ser cozido.
2. Ovos
Segundo a expert em segurança alimentar, ovos nunca devem ser reaquecidos e podem ser consumidos em temperatura fria até 24h após o cozimento.
“Eles são apreciados em todo o mundo pela sua conveniência, preço acessível e benefícios para a saúde, mas os restos de ovos não devem ser reaquecidos. Isso gera a oxidação das proteínas, o que tende a resultar na presença de agentes causadores de câncer nos alimentos”, mencionou Stacey.
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3. Cogumelos
A pós-doutora salientou que reaquecer cogumelos os deixa com sabor desagradável, mas não só isso, “destrói as proteínas e nutrientes”. “Da mesma forma que os ovos, quando as proteínas são oxidadas, podem se tornar cancerígenas”, ressaltou. Além de não fazer bem ao organismo, requentar esses alimentos resulta em condições gastrointestinais.
Stacey Duvenage defendeu que deixar cogumelos em temperatura ambiente por muito tempo também ocasiona em dores de estômago e problemas digestivos.
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4. Espinafre e repolho
No rol dos alimentos mais saudáveis do mundo, elaborado por pesquisadores da William Paterson University, está o espinafre na quinta colocação do top 10. Embora tenha na composição uma série de vitaminas, o vegetal rico em nitrato ao ser requentado traz riscos ao bom funcionamento do organismo.
“As nitrosaminas, que são compostos cancerígenos, podem se formar nesses vegetais [espinafre e repolho] quando aquecidos a altas temperaturas ou reaquecidos”, explanou a especialista. Stacey alegou que cientistas associam a substância aos cânceres de esôfago, de estômago e de nasofaringe.
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5. Batatas
Alimento acessível e versátil, a batata é consumida com frequência em vários cantos do mundo, mas caso fique muito tempo fora da geladeira após cozida, bactérias tomam de conta e oferecem riscos à saúde. “As toxinas mortais produzidas pelo Clostridium botulinum não são destruídas durante o reaquecimento”, atestou a expert.
A especialista prestou esclarecimentos sobre o botulismo: “Causado por toxinas e não específico das batatas, é uma doença potencialmente fatal que ataca os nervos, o cérebro e a medula espinhal”. Um ponto levantado por Stacey é que vegetal depois de passar pelo processo de cozimento, resfriamento e reaquecimento dificulta a digestão.
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6. Frutos do mar
“Marisco reaquecido pode ser apreciado com segurança, mas se deve ter cuidado na preparação e no armazenamento imediato após o cozimento”, sustentou a pós-doutora em segurança alimentar. Ela orienta refrigerar os frutos do mar o mais rápido possível e consumi-los em 24h.
Ter o cuidado com frutos do mar é uma maneira de preservar a qualidade, o sabor e de se proteger contra possíveis intoxicações alimentares. “Se certos tipos de peixe não forem refrigerados, pode ser produzida histamina, o que pode levar a uma reação desagradável nos consumidores”, realçou.
Vômitos, náuseas, diarreia, coceira, surgimento de erupções na pele, pressão arterial baixa e sensação de queimação na boca estão entre os sintomas de uma reação resultante de intoxicação por frutos do mar.
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7. Frango
De acordo com Stacey Duvenage, requentar o frango não é algo ruim, contudo, exige que o reaquecimento atinja a temperatura certa para “matar as bactérias presentes”. Na avaliação da expert, não seguir a regra de chegar aos 75°C coloca em risco a saúde por conta de doenças de origem alimentar.
Na explicação, a especialista usou de uma mensagem da Food Standards Agency (Agência de Normas Alimentares, em tradução livre), do Reino Unido. Com a sigla FSA, a instituição alerta que “reaquecer significa cozinhar novamente, não apenas aquecer”. A pós-doutora acrescenta: “Sempre aqueça os alimentos até que estejam bem quentes”.
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8. Óleos
Conforme citou a expert em segurança alimentar, o reaquecimento de alimentos cozinhados com azeite ou óleo de colza pode produzir acrilamida em pratos, como a batata frita. Stacey explicou que a substância não é adicionada “deliberadamente” aos pratos, mas “um subproduto natural do processo de cozimento ou aquecimento”.
Em um artigo, a FSA mostrou que testes de laboratório deixaram em evidência os perigos da acrilamida na dieta por causar câncer em animais e ter potencial para fazer o mesmo em seres humanos. A substância surge por meio da fumaça. “Quanto mais os óleos são cozidos, mais baixa é a temperatura na qual a fumaça é produzida”, elucidou.
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9. Comida para bebê e leite
Finalizando a lista dos nove alimentos, o leite materno, a papinha e a fórmula para bebês só devem ser aquecidos uma vez. Nas situações em que a pequena criança não tenha consumido todo o alimento, recomenda-se eliminá-lo por conter bactérias da boca do pimpolho.
“Quando a comida para bebê é reaquecida, pode não atingir a temperatura necessária para matar as bactérias, e isso pode causar doenças de origem alimentar”, iniciou Stacey. Ela completou: “O leite materno e a fórmula não devem ser requentados, porque os nutrientes são destruídos.”
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