A série infantil Rubble & Crew (Rubble e Sua Turma, no Brasil), um spin-off da série Patrulha Canina, lançada com sucesso há 10 anos, tem um personagem “ trans não binário”. Conservadores norte-americanos criticaram a inclusão desse tema em um programa para crianças a partir de dois anos.
No Brasil, tanto a Patrulha Canina, história de cachorrinhos que fazem resgates, quanto Rubble (um dos filhotes da Patrulha Canina), são transmitidos pelos canais Nicklondeon e Nick Jr. O personagem “não binário”, de nome River, aparecerá no 16º episódio da nova série, chamado The Crew Builds an Observatory (A turma constrói um observatório, em tradução livre), ainda não exibido no Brasil. De acordo com a Forbes, o episódio foi escrito pela ativista LEBTQ Lindz Amer. O dublador de River é o ator não binário Cihang Ma.
A revista afirma que a identidade “não binária” de River não é abordada diretamente, mas a Lindz confirmou a intenção de trazer um personagem sem gênero explícito. “Eu queria escrever um personagem ‘não binário’ que fosse aspiracional e incrivelmente legal, alguém que os filhotes (e as crianças em casa) admirassem”, escreveu Lindz, em uma rede social.
Além disso, as meias do personagem são das cores da bandeira do movimento transgênero (azul, rosa e branco) e sua expressão não tem traços marcantes femininos ou masculinos.
Conservadores criticam inclusão de pauta transgênero em desenho infantil
O diretor e produtor Robby Starbuck afirmou na rede social X (antigo Twitter) que a Patrulha Canina se tornou woke, expressão para se referir ao movimento que defende pautas identitárias, como a comunidade trans.
Segundo ele, a redatora do episódio “doutrina as crianças na ideologia trans” em um canal no YouTube, o Queer Kid Stuff (Coisas de criança queer, em tradução livre). “Hollywood está trabalhando para doutrinar seus filhos no culto Woke. A nova série spin-off da Patrulha Canina é apenas o exemplo mais recente disso.”
Starbuck também aconselhou aos pais a desligar os programas convencionais para sempre e a proibir os filhos de navegar na internet sem supervisão.
Para Matt Walsh, analista conservador, a inclusão de um personagem ‘não binário’ em um programa infantil popular é “doutrinação”. “Esta é uma doutrinação LGBT flagrante e radical num dos programas infantis mais populares do mundo”, afirmou em um podcast sobre o tema.
A organização Gays Against Groomers, que faz campanha contra a ideologia de gênero para crianças, disse que o episódio do spin-offé “apenas mais um exemplo da tentativa do culto de género de fazer a transição e recrutá-los para a sua ideologia”. “É tão triste e irritante. As tomboys [meninas com características mais masculinizadas] são perfeitas como são e não precisam se ‘identificar’ como nada! Crianças ‘não conformes’ de gênero não são trans ou ‘não binárias’”.
Revista Oeste