Ramzan Kadyrov, senhor da guerra e aliado de Vladimir Putin na Chechênia, foi acusado por um canal informativo no Telegram que afirma ter fontes no Kremlin, de ter enterrado vivo o seu médico pessoal em retaliação por tentar envenená-lo.
De acordo com o canal, Elkhan Suleymanov, ex-vice-primeiro-ministro da Chechênia e médico pessoal de Kadyrov, teve destino trágico.
“Disseram que Suleymanov foi enterrado vivo”, informou o canal, citado pela mídia ucraniana e pelo conselheiro de assuntos internos da Ucrânia, Anton Gerashchenko, à revista “Newsweek”.
A morte de Suleymanov não foi confirmada, mas ele não é visto em público desde outubro de 2022, quando foi demitido do cargo de vice-primeiro-ministro.
Na última sexta-feira (15/9), menos de uma semana depois de Kadyrov, que enviou dezenas de milhares de seus soldados para lutar na Ucrânia, ter sido acusado de matar o médico, o líder checheno foi hospitalizado em estado crítico, disse Andriy Yusov, representante da inteligência militar da Ucrânia à mídia ucraniana “Obozrevatel”.
“Ele está doente há muito tempo e estamos falando de problemas de saúde sistêmicos. Mas ele está em estado grave nos últimos dias”, disse Yusov.
Líder da Chechênia desde 2007, Kadyrov optou por um médico de fora da região por temer que pudesse ser envenenado. A hospitalização de Kadyrov ocorre depois de ele apresentar graves problemas renais, em março. Ele trouxe o nefrologista-chefe dos Emirados Árabes Unidos para Grozny, a capital chechena, a fim de tratá-lo, relatou na época o jornalista cazaque Azamat Maytanov.
Kadyrov herdou o poder do pai, Akhmat, que lutou contra Moscou, mas acabou mudando de lado. Em 2003, assumiu definitivamente o poder, com o apoio da Rússia. Com a traição, vieram novos inimigos. Ele foi assassinado um ano depois, num atentado suicida em Grozny. Ao atingir a idade mínima exigida de 30 anos em 2007, Putin nomeou Kadyrov como presidente checheno.
Putin confiou a Kadyrov a missão de manter a Chechênia, uma pequena república muçulmana no norte do Caúcaso, estável e reprimir qualquer agitação. De fato, Kadyrov se comprometeu a cumprir qualquer ordem militar do líder russo.
Extra/Globo