A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs da Amazônia vai acionar o Banco Central para obter pistas do rastro do dinheiro recebido por organizações do terceiro setor. O próximo encontro do colegiado está previsto para terça-feira 26, quando o requerimento deve ser votado. Senadores de oposição ao governo tem maioria na CPI.
Conforme o documento ao qual Oeste teve acesso, ao menos 9 ONGs estão na mira dessa segunda fase da CPI.
“Em depoimento prestado à CPI das ONGs, a senhora Ritaumaria Pereira, diretora-executiva do Imazon, confirmou o ingresso de recursos externos para a mencionada entidade”, diz trecho do pedido. “São recursos de monta, dirigidos à realização de diversas ações pela organização receptora, cujos resultados não ficaram claros.” O Imazon integra a lista de ONGs alvo da CPI.
CPI das ONGs faz descobertas sobre o Imazon
Durante oitiva da CPI, Ritaumaria admitiu que sua ONG não reduziu a pobreza dos indígenas que atende. O registro de criação da ONG data de 1990.
O presidente da CPI, senador Plínio Valério (PSDB-AM), disse que o Imazon pagou R$ 700 mil em um curso de três dias voltado a capacitar 152 técnicos. Valério citou uma série de documentos. Oeste teve acesso aos arquivos.
De acordo com Valério, o valor faz parte de um montante ainda maior, de um contrato de R$ 1,6 milhão, com duração entre 2016 e 2022, voltado a capacitar esses profissionais que atuam na floresta. Em linhas gerais, foram R$ 10,5 mil destinados para cada profissional.
Revista Oeste