Golpistas enviam mensagem para a pessoa dizendo que há uma transação suspeita no cartão dela e solicita que ela entre em contato com uma falsa central de atendimento
Os bancos alertam para mais um golpe que tem sido aplicado por quadrilhas no país: o da falsa central telefônica. Desta vez, os golpistas enviam mensagens de SMS para o cliente ou no Whatsapp dizendo que há uma transação suspeita de valor alto no cartão de crédito da pessoa e solicita que ela entre em contato com uma suposta central de atendimento para resolver o problema.
No texto da mensagem aparece um número 0800, que supostamente seria de uma central telefônica de um banco ou de uma área de cartões de crédito. Os ladrões se utilizam dessa técnica para trazer maior credibilidade para a mensagem e aplicarem o golpe.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta que os criminosos usam essas técnicas para enganar o indivíduo e tentar convencê-lo a fornecer informações confidenciais, como senhas e números de cartões e, principalmente, induzir a pessoa a realizar transações financeiras para o golpista.
Na mensagem, o ladrão usa o nome de alguma instituição financeira em mensagens como, “compra aprovada de R$ 1.500 na Magazine Luíza (ou em qualquer outra loja famosa do varejo)” e diz que para confirmá-la, o cliente deve digitar o número 1, mas que caso desconheça a transação, deve ligar para uma central de 0800.
Como a compra é falsa, ao ligar para a falsa central de atendimento, o golpista diz que a transação está em análise e que por isso ainda não aparece na fatura do cliente. E que para resolver o assunto, o consumidor deve fazer uma transação para regularizar o problema, ou ainda pede dados pessoais, como número de conta e senha, para cancelar a operação.
Outro artifício que também é usado pelos golpistas nas mensagens é afirmar que as milhas ou pontos do cartão do cliente estão vencendo. E aí eles pedem para o cliente ligar na falsa central telefônica para não perderem a vantagem. Ou ainda passam um link de um site fraudulento que induzirá o consumidor a fornecer dados bancários e pessoais. Também há casos de mensagens de falsos prêmios que induzem o cliente a fazer uma ligação para o bandido.
“O cliente nunca deve fazer ligações para números de telefone (0800) recebidos através de SMS ou por outras mensagens. Se tiver alguma dúvida, o cliente deve ligar para os canais oficiais de seu banco ou para seu gerente”, alerta Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.
O diretor esclarece que os bancos ligam para os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca pedem dados como senhas, token e outros dados pessoais nestas ligações.
“Também nunca ligam e pedem para que clientes façam transferências ou Pix ou qualquer tipo de pagamento para supostamente regularizar problemas na conta. Os bancos nunca ligam para fazer um estorno de transação através de um telefonema. Desligue se pedirem para digitar senha ou qualquer dado em seu aparelho de telefone. Ao receber uma ligação suspeita, desligue e de outro telefone, ligue para os canais oficiais de seu banco”.
Outra variante do golpe
Outra situação que vem sendo usada pelos criminosos é ligar para o cliente e dizer que sua conta está sendo fraudada por um funcionário do próprio banco. Eles afirmam que para resolver o problema, é necessário transferir o valor para uma chave ou conta segura. E quando o cliente faz essa transferência, na verdade, está enviando dinheiro para a conta de um golpista.
Os bandidos chegam a orientar o cliente que os bancos devem bloquear a transação. Por isso, ele precisa confirmá-la e dizer que está fazendo um investimento ou uma operação particular. Qualquer um desses comportamentos é suspeito e sinal de golpe.
Atualmente, cerca de 70% das tentativas de golpes não estão relacionadas com brechas no sistema tecnológico dos bancos, que conta com requisitos de última geração de segurança.
A melhor forma de se proteger de uma tentativa de golpe é a informação. Por isso, para que o cliente possa se proteger, a Febraban e seus bancos associados têm investido constantemente e de maneira massiva em campanhas de conscientização e esclarecimento com a população por meio de ações de marketing em TVs, rádios e redes sociais.
Além da realização de campanhas educativas, os bancos investem cerca de R$ 3,5 bilhões por ano em sistemas de tecnologia da informação (TI) voltados para segurança – valor que corresponde a cerca de 10% dos gastos totais do setor com TI para garantir a tranquilidade de seus clientes em suas transações financeiras cotidianas.
Os bancos associados também garantem que contam com o que há de mais moderno em relação à segurança cibernética e prevenção a fraudes, como mensageria criptografada, autenticação biométrica, tokenização, e usam tecnologias como big data, analytics e inteligência artificial em processos de prevenção de riscos. Estes processos são continuamente aprimorados, considerando os avanços tecnológicos e as mudanças no ambiente de riscos.
Adicionalmente, os bancos também atuam em parceria com a polícia para auxiliar na identificação e punição de criminosos virtuais.