A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela condenação do segundo réu dos atos de 8 de janeiro, Thiago de Assis Mathar, de 43 anos. Os magistrados divergiram na quantidade de crimes e pena. A presidente Rosa Weber vota no momento.
Thiago é acusado por cinco crimes, os mesmos pelos quais Aécio Lúcio Costa Pereira foi condenado a 17 anos de prisão. São eles: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
O relator, Alexandre de Moraes, votou pela condenação de Thiago a 14 anos de prisão pelos cinco crimes. Em seguida, o ministro Nunes Marques votou pela condenação de Thiago a dois anos e seus meses de prisão por apenas dois crimes, e pela absolvição do réu por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa armada.
O ministro Cristiano Zanin foi o terceiro a votar, e defendeu a condenação de Thiago a 11 anos de prisão pelos cinco crimes. Já o ministro André Mendonça votou para condenar o réu a quatro anos e seis meses de prisão apenas pela tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O advogado Hery Kattwinkel iniciou a fala comparando o cliente a Jesus Cristo. “Atrás desse plenário existe um crucifixo. Só para lembrar do maior erro do julgamento da história, que foi o julgamento de Jesus Cristo”, disse.
Kattwinkel ressaltou que é necessário individualizar melhor as ações, e não apontar que todos os manifestantes tinham intuito golpista. Segundo o advogado, Thiago não depredou prédio público e entrou no Palácio apenas para se abrigar.
“Esse julgamento está sendo jurídico de Aécio e Thiago, ou político? (…) Não é possível colocar todo mundo no mesmo balaio. Parece que estou diante de uma inquisição, em que os quatro réus já estão com a corda no pescoço”, disse.