O presidente Lula foi alertado de que o governo está perdendo terreno no debate sobre segurança pública, diz o Estadão. Quem lhe “alertou” foi um dos vários petistas não gostam muito do ministro da Justiça, Flávio Dino (foto)— ele tem a fama de ter dizimado o partido no Maranhão quando era governador, fortalecendo o PCdoB, seu antigo partido. Segundo o jornal, o cargo de Dino está ameaçado, porque ele não apresentou um projeto robusto para o setor até agora, nove meses após a posse.
O PT estaria preocupado com o desempenho do ministro da Justiça, que falou mais do que fez ao longo deste ano. Além disso, o Programa Nacional de Segurança nas Escolas, por exemplo, melindrou a esquerda em alguns pontos. A falta de um marca no combate à violência prejudica os petistas ainda mais na Bahia, que se destaca pela insegurança e é governada pelo PT há 16 anos.
E qual seria a solução para o problema Flávio Dino? Derrubá-lo em cima de uma cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A ideia já vinha sento aventada, para tirar o político do PSB do caminho dos petistas na sucessão de Lula, ocorra ela em 2026 ou em 2030. A indicação de Dino teria o patrocínio dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além de tudo.
Os petistas não têm certeza, contudo, de que indicar Dino ao STF realmente o tiraria do páreo político. Os mais desconfiados dentro do partido desconfiam que o maranhense poderia usar a exposição do cargo para aumentar ainda mais seu capital político na esquerda e ameaçar as pretensões de ministros como Fernando Haddad, da Fazenda, e Rui Costa, da Casa Civil, de um dia chegar à Presidência da República. Este último, aliás, é um dos ex-governadores petistas da Bahia que se queimam com a incômoda violência urbana e policial do estado.
O Antagonista