Ausente no lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que ocorreu na manhã desta sexta-feira no Rio de Janeiro, o governador Romeu Zema (NOVO) voltou a ser alvo de críticas. Durante a solenidade promovida pelo presidente Lula (PT), o ministro de Minas e Energia foi o primeiro a alfinetar o chefe do Executivo estadual. Mineiro, Alexandre Silveira iniciou seu discurso fazendo a uma declaração polêmica do governador ao jornal “O Estado de S.Paulo”.
— Em nome de Minas, queria cumprimentar o povo nordestino (…) e dizer que bom relacionamento se faz com políticas públicas — afirmou o ministro.
Na semana passada, em entrevista, Zema comparou os estados do Nordeste a “vaquinhas que produzem poucos”. A declaração gerou revolta entre os governadores da região.
Sem enviar representante ao evento desta manhã, a declaração também foi criticada por outros governadores ouvidos pelo GLOBO.
Parte do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (COSUD), Renato Casagrande (PSB) classificou o episódio como “infeliz”.
— Foi uma parada dele isolada, não representa o pensamento do consórcio, aquilo que o consórcio pretende fazer que é integrar políticas públicas, ampliar debates entre as regiões — disse o líder do Espírito Santo.
Representantes do Norte e Nordeste, Helder Barbalho (MDB) e Carlos Brandão (PSB) também teceram críticas. Na opinião do governador do Maranhão, o posicionamento mostra desconhecimento sobre as realidades fora de Minas Gerais:
— Enquanto pregamos unidade, ele está pregando divisão, colocando Norte e Nordeste contra Sul e Sudeste. Essa declaração não ajuda, no meio dos governadores não vi ninguém que defendesse isso. É uma declaração separatista, sou completamente contra a isso. Foi um momento infeliz, mas demonstra um preconceito contra o Norte e Nordeste. No momento que precisa construir unidade, vem uma pessoa pregando separação e desunião, não bate com os outros 26 governadores.
Já o paraense Helder Barbalho afirmou que Zema cometeu um “equívoco”.
— Eu não sei quais foram as circunstâncias da fala, mas acho um equívoco todo e qualquer movimento que distancie brasileiros. Todos nós somos patriotas, todos nós somos filhos de uma mesma nação e temos por premissa o relacionamento harmonioso. Nós não devemos potencializar discursos que existem Brasis distintos, existem desafios distintos — disse o governador ao GLOBO.
Créditos: O GLOBO.