O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes proibiu Frederick Wassef, ex-advogado de Jair Bolsonaro (PL), de acessar provas no caso que investiga a suposta venda de um relógio Rolex e sua recompra nos Estados Unidos. Na decisão que determinou as buscas e apreensões contra Wassef na 6ª feira (11.ago.2023), Moraes suspendeu alguns direitos que o ex-advogado de Bolsonaro teria em função de sua profissão.
Leia o que Wassef teria direito, mas foi suspenso por Moraes:
- ser acompanhado por um representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) durante a análise de materiais apreendidos;
- informar com 24h de antecedência à OAB o horário, data e local em que documentos apreendidos serão periciados.
Segundo Moraes, conceder acesso de provas à Wassef “prejudicaria a efetividade da investigação” em outros momentos.
O ministro do STF também sustentou que as investigações contra Wassef não teriam “qualquer relação com o exercício da profissão de advogado”.
Em nota, o advogado afirma que não teve conhecimento da existência das joias no início de 2023 e negou que tenha vendido as peças. “Nunca participei de nenhuma tratativa, nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta nem indireta. Jamais participei ou ajudei, de qualquer forma, qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda”, declarou (leia a íntegra da nota no final desta reportagem).
CASO
A PF (Polícia Federal) investiga a venda de um relógio Rolex dado de presente pelo governo saudita a Bolsonaro. A peça, segundo relatório da corporação, teria sido vendida por US$ 68.000 (o equivalente a R$ 346.983,60) pelo ex-ajudante de ordens e tenente-coronel do Exército Mauro Cid nos Estados Unidos.
Depois de efetuada a venda, o ex-ajudante de ordens depositou US$ 68.000 na conta de seu pai, Mauro Cesar Lourena Cid.
A PF informou que, depois de reportagens jornalísticas mostrarem que o ex-presidente teria recebido um kit de joias, pessoas ligadas a Bolsonaro teriam realizado uma operação em 8 de março de 2023 para resgatar as peças, que estavam em estabelecimentos comerciais dos Estados Unidos. A ideia era recomprar os itens para que fossem devolvidos ao governo brasileiro, a fim de cumprir uma decisão exarada pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
Poder 360