A Vale se tornou ré na Justiça do Reino Unido por causa do Desastre de Mariana, que ocorreu em 2015.
A Justiça britânica atende ao pedido da BHP Billiton, sócia da Vale na Samarco Mineração, responsável pelo desastre.
O rompimento da Barragem do Fundão na cidade de Mariana, em Minas Gerais, é considerado a maior tragédia ambiental do Brasil. O desastre causou a contaminação do Rio Doce, do solo e tirou a vida de 19 pessoas.
Vale ré no Reino Unido por Desastre de Mariana: entenda o caso
A Barragem do Fundão era usada pela Samarco para guardar os rejeitos do minério de ferro explorado pela mineradora.
Antes da nova decisão, a empresa anglo-australiana BHP era a única ré no caso. A ação coletiva é a maior da história do Reino Unido, com uma conta de R$ 230 bilhões para as empresas e 720 mil pessoas a serem indenizadas.
Os participantes da ação incluem municípios, pessoas físicas, empresas, povos indígenas e quilombolas de quatro Estados afetados pelo desastre de Mariana: Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro.
A ação em que a Vale é ré no Reino Unido é uma das maiores do mundo, principalmente em reparação de danos coletivos, em quantidade de pessoas envolvidas e valores, conforme publicou o jornal Valor Econômico.
A Vale ainda pode recorrer da decisão e tem até 10 de novembro para apresentar sua defesa. O caso será julgado pela Justiça de Londres em outubro de 2024. A duração do julgamento será de onze semanas.
A BHP quer que a Vale seja ré ao seu lado na Justiça do Reino Unido, para que a empresa brasileira pague 50% ou mais das indenizações.
A empresa estrangeira nega as acusações e diz que já desembolsou mais de R$ 29 bilhões em reparação e indenização por meio da Fundação Renova. Ela também informa que a causa é desnecessária, por já existirem questões similares sendo tratadas na Justiça do Brasil.