Wade Robson e James Safechuck, homens que alegam terem sido abusados sexualmente por Michael Jackson quando eram crianças, podem retomar seus processos judiciais contra as empresas administradoras do patrimônio do artista, segundo um parecer do tribunal, emitido na última sexta-feira (18) e obtido pela CNN.
O Tribunal de Apelação do Segundo Distrito da Califórnia decidiu que “uma companhia que facilita o abuso sexual de crianças por um de seus funcionários não é dispensada do dever de proteger essas crianças apenas porque é propriedade exclusiva do autor do abuso”.
A decisão também determinou que “seria perverso não encontrar nenhum dever baseado no fato de a ré [a companhia] ter apenas um acionista. E assim revertemos os julgamentos proferidos pelas corporações.”
Jackson morreu em 2009, mas os requerentes do processo estão pedindo indenização de duas empresas de entretenimento que, durante grande parte de sua existência, foram propriedade e operação exclusivas de Jackson.
Os processos, que foram consolidados no tribunal de apelação dos Estados Unidos, agora voltarão a julgamento.
Robson e Safechuck fizeram acusações de abuso contra Jackson em relação a eles quando eram crianças, depois de inicialmente entrarem em contato profissionalmente com o artista.
Safechuck, aos oito anos, apareceu com Jackson em um comercial da Pepsi de 1986; enquanto Robson, aos cinco anos, esteve com o cantor depois de vencer um concurso de dança, quando Jackson se apresentou em Brisbane, Austrália.
Em “Leaving Neverland” – documentário da HBO de 2019 -, cada um deles expôs de maneira surpreendentemente semelhante como o suposto abuso sexual de Jackson aumentou gradualmente ao longo de vários anos, acompanhado por sua suposta pressão para que não divulgassem o que estava acontecendo.
Jonathan Steinsapir, advogado do patrimônio de Michael Jackson, disse em um comunicado à CNN: “Estamos desapontados com a decisão do tribunal”, acrescentando mais tarde: “Continuamos totalmente confiantes de que Michael é inocente dessas acusações”.
Vince William Finaldi, advogado de Safechuck e Robson, disse em um comunicado compartilhado com a CNN: “Estamos satisfeitos, mas não surpresos que o tribunal de apelação anulou” as decisões anteriores.
Finaldi ainda disse que as decisões anteriores foram incorretas, contra a lei da Califórnia e teriam estabelecido um precedente perigoso que colocou crianças em perigo em todo o estado e país. “Esperamos ansiosamente por um julgamento sobre o mérito”, afirmou.
Fonte: CNN Brasil.