O narcotraficante uruguaio Sebstian Marset agradece ao diretor da Força Especial da Bolívia contra o Tráfico de Drogas (Felcn), Ismael Villica, por ter avisado que “ministro tinha mandado de prisão’ contra ele
A operação deflagrada contra o suspeito e seus cúmplices aconteceu na segunda-feira, na cidade de Santa Cruz, na Bolívia. Os agentes bolivianos chegaram a invadir a casa de Sebastián, mas seu segurança conseguiu fazer um policial de refém, ganhando tempo para o suspeito, sua esposa e filhos fugirem.
Na gravação, Marset tenta inocentar os detidos — uma dúzia de pessoas foram presas. O suspeito afirma que elas “nada têm a ver” com o seu “negócio”, mas que, segundo ele, “estão indo para o ralo por conta disso”.
“Eles estão ligando pessoas em todos os lugares [ao processo contra mim] que não têm nada a ver comigo”, diz Sebastián, que logo em seguida agradece “à ajuda do diretor da Felcn”: “Consegui fugir, porque ele me avisou que o ministro tinha mandado de prisão contra mim.”
Villca nega veemente ter dado qualquer informação à Marset e afirma que a polícia agiu “impecavelmente”, informa a BBC.
“Não permitirei que minha carreira de 30 anos seja maculada pelas mentiras e declarações de um traficante de drogas”, rebate.
Sebastián é acusado de liderar um cartel internacional de drogas que trafica cocaína do Paraguai para a Europa através do Uruguai. Ele também é apontado como mandante do assassinato de Marcelo Pecci, um promotor de justiça paraguaio, que estava em lua de mel na Colômbia, segundo a BBC.
O traficante é procurado em seu país natal, no Uruguai, além do Paraguai, Estados Unidos e Brasil. As buscas por seu paradeiro mobilizam mais de 2,2 policiais, além de ser acompanhada de perto pela Interpol e DEA (agência antidrogas dos Estados Unidos) e de países da América do Sul, mas ainda sem sucesso.
Em última atualização, o governo boliviano acusa Marset de ter um grupo paramilitar formado principalmente por brasileiros. A mensagem foi gravada pelo Vice-Ministro de Governo, Jhonny Aguilera, e veiculada no canal estatal.
Marset vivia uma vida de luxo em Santa Cruz de La Sierra, onde se disfarçava como jogador de futebol. Com suas partidas documentadas em transmissões nas redes sociais, que exibiam vídeos de suas atuações, o traficante jogava profissionalmente com um documento falso da CBF. Ele alegava ser brasileiro e se chamar Luis Amorim.
Com o número 23 às costas e um bom porte físico, o criminoso atuava pela equipe Los Leones El Torno, que joga em uma liga local de Santa Cruz, uma divisão inferior do futebol boliviano. Segundo o ministro de Governo da Bolívia, Eduardo Del Castillo, Marset entrou no país em setembro do ano passado e, com muito dinheiro, conseguiu fundar um clube para chamar de seu. Além de meio-campo, ele também era dono e gerente da equipe. (Com AFP)