Cuidar das joias sauditas presenteadas a Jair Bolsonaro (PL), monitorar os compromissos oficiais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ser o braço-direito de Mauro Cid. Estas eram as obrigações do segundo-tenente Osmar Crivelatti, um dos alvos de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta sexta-feira (11/8).
Osmar Crivelatti foi nomeado, em 26 de dezembro do ano passado no Diário Oficial da União (DOU), assistente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em depoimento à PF o coronel da reserva do Exército Marcelo da Costa Câmara, assessor de confiança do ex-presidente, disse que escalou Crivelatti para auxiliá-lo na tarefa de cuidar do acervo, após o término do mandato de Bolsonaro, na Fazenda Piquet.
Segundo informações do jornal O Globo, em 6 de junho de 2022, Crivelatti assinou a retirada de um Rolex ganho por Bolsonaro. O relógio, avaliado em R$ 300 mil, havia sido doado pelo rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdul-aziz, em uma viagem oficial e teria sido negociado pelo tenente-coronel Mauro Cid.
Os dois militares também foram responsáveis por buscar os dois kits de joias sauditas devolvidos ao Tribunal de Contas da União (TCU). No entanto, as ações ocorreram em momentos diferentes.
A coluna de Guilherme Amado revelou, nessa quarta-feira (9/8), que o segundo-tenente recebeu até julho e-mails do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) com informações sensíveis sobre as viagens nacionais e internacionais do presidente Lula.
Ele permanceu na lista de transmissão, usada pelo GSI para informar detalhes sobre os eventos oficiais de Lula. Graças aos e-mails na lixeira de Crivelatti, a PF e a CPMI conseguiram acessar o material sigiloso.
Metrópoles