Durante o período compreendido entre 1º de janeiro e 4 de julho deste ano, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu um total de R$ 17,1 milhões em transferências realizadas por meio do sistema de pagamentos instantâneos Pix. Esses valores foram identificados em um relatório elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e encaminhado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga os atos ocorridos no dia 8 de janeiro.
No decorrer desse período, foram contabilizadas 769 mil transações em sua conta, totalizando uma movimentação de R$ 18,5 milhões, sendo R$ 17,2 milhões provenientes de operações via Pix.
Parte desse movimento financeiro está sendo alvo de questionamentos, uma vez que poderia estar vinculada às chamadas “vaquinhas” virtuais difundidas por parlamentares aliados, com o objetivo de auxiliar Jair Bolsonaro a quitar multas judiciais decorrentes de infrações das regras sanitárias impostas durante a pandemia de covid-19. Especialistas consultados têm opiniões divergentes acerca das consequências legais no caso de não utilização dos recursos arrecadados para a finalidade pretendida.
De acordo com um relatório divulgado pelo Coaf, ao investigar doações de apoiadores do ex-presidente, foi constatado que parte dos recursos recebidos foi aplicada em renda fixa.
Rendimento anual
Caso tais recursos sejam investidos em Certificados de Depósitos Bancários (CDB) e Recibos de Depósito Bancário (RDB), o ex-presidente poderia obter um rendimento bruto de 1,08% ao mês em um título com rentabilidade de, pelo menos, 100% da taxa Selic, que atualmente está em 13,75% ao ano. Com o desconto do Imposto de Renda (IR) de 22,5% para resgates efetuados em até 180 dias, o retorno líquido poderia chegar a cerca de R$ 142,3 mil por mês ou R$ 4,7 mil por dia, equivalente a 9,23% de rendimento ao ano.
A defesa de Jair Bolsonaro se manifestou, considerando a divulgação das informações bancárias do ex-presidente como uma violação de sigilo bancário “inaceitável” e “criminosa”, alegando que os valores provêm de doações realizadas por seus apoiadores, com origem totalmente lícita.
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