O nervo ciático é um dos pontos do corpo onde mais se tem relatos de dor. Ele também é o nervo mais longo e espesso do corpo humano: estende-se desde a região lombar, passa pelas nádegas e desce pelas pernas até os pés. Além disso, é formado por várias raízes nervosas que saem da coluna vertebral e se juntam para formar um único nervo, que se estende ao longo das pernas.
O que causa dor no ciático?
Segundo o médico ortopedista do Hospital Icaraí e Hospital e Clínica de São Gonçalo (HCSG), Dr. João Henrique Ali Timo, a dor intensa associada ao ciático geralmente é causada por uma condição chamada “ciatalgia”. Ela ocorre quando o nervo é comprimido, irritado ou inflamado. Existem várias razões pelas quais o nervo ciático pode ser suscetível a causar dor intensa:
- Hérnia de disco: Uma das principais causas de dor ciática é a hérnia de disco. Quando um disco intervertebral se rompe ou se desloca, ele pode pressionar o nervo ciático, resultando em dor ao longo do trajeto do nervo.
- Estenose espinhal: O estreitamento do canal vertebral, conhecido como estenose espinhal, pode comprimir o nervo ciático à medida que ele sai da coluna vertebral. A condição causa dor e desconforto.
- Síndrome do Piriforme: O músculo piriforme localizado nas nádegas pode apertar ou irritar o nervo ciático, causando dor irradiada ao longo do nervo.
- Lesões e traumas: Lesões na região lombar, como quedas ou acidentes automobilísticos, podem afetar o nervo ciático, resultando em dor.
- Gravidez: O aumento do peso e a pressão sobre os nervos da região pélvica durante a gravidez podem levar à dor ciática.
Sintomas que acompanham a dor
Conforme o especialista, alguns sinais estão associados à dor no nervo ciático. São eles:
- Dor irradiada: A dor ciática se caracteriza por uma dor aguda, latejante ou ardente que se estende ao longo do trajeto do nervo, da região lombar até a parte posterior da coxa, nádegas e perna.
- Formigamento e dormência: Sensações de formigamento, dormência ou fraqueza podem acompanhar a dor, afetando áreas ao longo do percurso do nervo.
- Piora ao sentar ou ficar em pé: A dor geralmente piora ao sentar-se por períodos prolongados ou ao ficar em pé, pois isso aumenta a pressão sobre o nervo.
- Dificuldade de movimento: A dor ciática pode causar dificuldade em mover a perna afetada, levando a limitações na mobilidade.
- Dor intensa ao tossir ou espirrar: Movimentos que aumentam a pressão abdominal, como tossir ou espirrar, podem agravar a dor ao comprimir o nervo.
Fatores de risco mais comuns
Alguns grupos estão mais suscetíveis a sofrerem pressão e, por isso, dor no nervo ciático. Dentre eles, o Dr. João Henrique destaca:
- Idade avançada: À medida que envelhecemos, os discos intervertebrais podem se degenerar e perder a sua capacidade de amortecer eficazmente as vértebras. Por isso, aumenta o risco de pressão sobre o nervo ciático.
- Estilo de vida sedentário: A falta de atividade física pode enfraquecer os músculos que suportam a coluna vertebral e, dessa forma, contribuir para o desenvolvimento de problemas nas costas, incluindo a compressão do nervo ciático.
- Obesidade: O excesso de peso coloca pressão adicional sobre os discos intervertebrais e as estruturas da coluna vertebral. Isso, por sua vez, pode aumentar a probabilidade de compressão do nervo ciático.
- Lesões anteriores: Traumas na coluna vertebral, como quedas, acidentes automobilísticos ou lesões esportivas, podem aumentar o risco de danos ao nervo ciático.
- Trabalho repetitivo ou carga excessiva: Profissões que envolvem movimentos repetitivos, levantamento de pesos ou posturas inadequadas podem aumentar a pressão sobre a coluna vertebral e, consequentemente, sobre o nervo ciático.
- Fatores genéticos: Alguns indivíduos podem ter uma predisposição genética para problemas nas costas, incluindo a compressão do nervo ciático.
- Gravidez: Durante a gravidez, o aumento de peso e as alterações hormonais podem aumentar a pressão sobre os nervos da região pélvica, incluindo o nervo ciático.
Prevenção
Para prevenir ou reduzir o risco de desenvolver dor no nervo ciático, os pacientes podem adotar as seguintes medidas, indica o médico ortopedista:
- Manter uma postura adequada: Ao sentar, ficar em pé e realizar atividades diárias, é importante manter uma postura adequada para minimizar o estresse na coluna vertebral.
- Praticar exercícios regulares: A atividade física regular fortalece os músculos das costas e ajuda a manter a flexibilidade da coluna vertebral. Por isso, exercícios de alongamento e fortalecimento podem ser particularmente úteis.
- Evitar o sedentarismo: Evitar longos períodos de sentado ou inatividade pode ajudar a manter a saúde da coluna vertebral e dos músculos circundantes.
- Manter um peso saudável: Manter um peso adequado reduz a pressão sobre os discos intervertebrais e minimiza o risco de compressão do nervo ciático.
- Praticar ergonomia: Ao trabalhar, certificar-se de que a estação de trabalho e as posições de trabalho estejam ergonomicamente corretas para evitar tensões desnecessárias na coluna vertebral.
- Evitar levantar objetos pesados incorretamente: Ao levantar objetos pesados, usar as técnicas corretas de levantamento pode prevenir lesões nas costas.
- Realizar alongamentos: Incorporar rotinas de alongamento regularmente pode melhorar a flexibilidade da coluna.
Saúde em Dia