O governo da Rússia admitiu, pela primeira vez, que o avião no qual estava o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, pode ter sido derrubado. O pronunciamento ocorreu nesta quarta-feira, 30.
“É óbvio que diferentes versões estão sendo consideradas, inclusive a versão, e você sabe do que estou falando, de uma atrocidade deliberada”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em entrevista coletiva.
O adjunto de Prigozhin no Grupo Wagner, Dmitri Utkin, também estava no avião que caiu nos arredores de Moscou. Mais oito pessoas morreram no acidente, que ocorreu em 23 de agosto.
Os passageiros estavam a bordo do jato Embraer Legacy 600. A aeronave caiu no meio do caminho entre a capital russa e São Petersburgo.
De acordo com sites de monitoramento aéreo, houve algum tipo de evento catastrófico a bordo. A queda foi vertical, depois de 32 segundos de instabilidade.
O que pensa a Rússia sobre as versões midiáticas da morte do líder do Grupo Wagner
Ao responder às perguntas de jornalistas, Peskov chamou de “mentira absoluta” a versão segundo a qual o Kremlin seria responsável pela morte de Prigozhin e Utkin. Os Estados Unidos, por exemplo, descartam que os russos tenham disparado um míssil na aeronave.
A divulgação de informações precisas sobre o acidente segue incerta. Nesta quarta-feira, por exemplo, a agência de investigações de acidentes aéreos da Rússia informou que não participa da apuração do caso que envolve a morte dos líderes do Grupo Wagner. Por consequência, resta apenas o governo russo como provável responsável pelas investigações.
De antemão, Peskov rechaçou a possibilidade de outros países interferirem na investigação russa. Isso também exclui o Brasil da equação, apesar de o jato em que Prigozhin morreu ser de fabricação brasileira. O enterro de Prigozhin ocorreu na terça-feira 29, num cemitério nos arredores de São Petersburgo. O cerimônia foi fechada.