A proprietária da casa de telhado vermelho que se tornou viral por sobreviver aos incêndios devastadores que atingiram o Havaí revelou os detalhes construtivos que fizeram o imóvel permanecer intacto enquanto os seus vizinhos viraram pó.
As imagens da casa intocada no bairro residencial de West Maui, na cidade histórica de Lahaina, avaliada em U$ 4 milhões (cerca de R$ 19,9 milhões), segundo o Daily Mail, tomaram as redes sociais e foram atribuídas a um verdadeiro “milagre”. Mas Dora Atwater Millikin, que comprou o imóvel centenário há apenas 3 anos, acredita que há razões para ele ter sido poupado.
A casa solitária de telhado vermelho em meio às cinzas dos vizinhos consumidos pelo fogo — Foto: Patrick T. Fallon / AFP via Getty Images / Divulgação
“É uma casa 100% de madeira, então não é à prova de fogo ou algo assim. Adoramos construções antigas, então queríamos apenas homenagear a casa. E não a mudamos de forma alguma – apenas a restauramos”, disse ao jornal Los Angeles Times.
Na reforma, ela conta ter substituído a antiga cobertura de telhas por um telhado de metal, o que pode ter ajudado a residência a sobreviver. Durante o incêndio, toras de madeira voavam pelos ares com os ventos fortes, atingindo os telhados e causando o fogo.
“Eles batiam nos telhados das pessoas e, se fosse de telha, pegava fogo. Caso contrário, eles cairiam do telhado e incendiariam a folhagem ao redor da casa”, contou à publicação.
Dora e o marido também cobriram o chão com pedras até a bem próxima à casa e cortaram as folhagens que ficavam perto das paredes externas.
“Se arbustos, especialmente os inflamáveis, estiverem bem ao lado da casa e as brasas os incendiarem, o calor pode estourar a janela e entrar a partir daí”, explicou Susie Kocher, consultora florestal da Universidade da Califórnia, ao Los Angeles Times.
Dora Atwater Millikin, dona da casa de madeira de 100 anos, que sobreviveu a incêndio no Havaí — Foto: Vimeo / Linda Lago-Kass / Reprodução
A casa de telhado vermelho pode ter, ainda, se beneficiado por não estar muito perto das propriedades vizinhas, sendo cercada pelo mar, por uma estrada e por um terreno baldio. “As pessoas geralmente pensam que é uma grande parede de chamas que está incendiando as casas, mas muitas vezes o mecanismo são brasas”, disse ao jornal.
Revista C&J