Na terça-feira (29), a Polícia Civil da Bahia (PC-BA) afirmou que a chacina com nove mortes em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador (BA), foi motivada por ciúmes. A informação foi dada nesta manhã durante coletiva de imprensa.
Um suspeito de envolvimento com a ação criminosa foi preso na segunda e outros dois morreram em confronto com policiais civis.
De acordo com a diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), delegada Christiane Inocência Coelho, os quatro autores do crime fazem parte de uma facção criminosa.
Segundo a delegada, o que motivou a ação foi ciúmes do mandante contra uma das vítimas, identificado como Preá – que era procurado pela polícia e tinha “extensa ficha criminal”: lesão corporal, tráfico de drogas, homicídio e violência doméstica.
“Estamos trabalhando com crime passional e as diligências permanecem. Não posso informar nomes, porque comprometeria o andamento das investigações, mas temos um alvo principal e um alvo aleatório”, disse a delegada, complementando que a polícia está em busca do 4º homem envolvido no crime.
De acordo com a delegada, o alvo dos criminosos, Preá, “era ex-namorado da atual namorada do mandante do crime”.
“Entre as vítimas, está uma senhora de prenome Cristiane, que é a mãe da atual namorada do executor”, acrescentou Christiane Inocência Coelho.
Cristiane e Preá estavam juntos na casa incendiada, com mais três crianças, dois adultos.
Estavam também no imóvel um bebê, que foi poupado pelos criminosos e foi resgatado pelo pai, e um adolescente de 12 anos, que está internado com lesões graves.
“Possivelmente eram pessoas de uma mesma família nessa casa, mas só vamos ter certeza a partir dos exames. Os corpos estavam carbonizados, não terminou ainda o processo de identificação. Se não tem dados de identificação, não tem como termos nomes delas. Sabemos que são sete pessoas mortas na mesma casa, mas quem eram essas pessoas, só a perícia vai dizer”, afirmou a delegada.
As três crianças e o adolescente são irmãos da mulher que namorava com o mandante do crime. Ela estava fora de casa quando tudo aconteceu e não teve nome divulgado.
O bebê tem entre um ano e meio a dois anos, e foi resgatado pelo pai. Não foi detalhado como ocorreu o resgate.
O menino de 12 anos segue internado na ala de queimados do Hospital Geral do Estado, na capital baiana, em estado gravíssimo.
O garoto teve queimaduras em mais da metade do corpo e já prestou depoimento.
Ele se escondeu debaixo de uma cama e não foi visto pelos criminosos durante ação.
Mesmo com ferimentos causados pelo fogo, o garoto de 12 anos conseguiu sair na rua pedindo socorro e bateu nas portas de alguns vizinhos, até ser acolhido por duas moradoras em um dos imóveis. Ambas foram mortas a tiros.
“Essas duas senhoras são verdadeiras mártires dessa barbárie. Elas abriram a porta para essa criança, oportunidade em que os executores perseguiram a criança e mataram as senhoras , afirmou Christiane, ressaltando que no segundo imóvel não havia indícios de fogo, nem outros ocupantes.
Durante a manhã, o Departamento de Polícia Técnica informou que foram identificadas duas vítimas: Clícia Costa Magalhães, de 35 anos, e Sara Miranda Magalhães, 56 anos.
A Polícia Civil não confirma se havia grau de parentesco entre elas, em qual das casas elas estavam, nem se elas foram as que salvaram o menino.
Gazeta Brasil