Segundo noticiado ontem pela Revista Veja, fontes anônimas oriundas das Forças Armadas Brasileiras, possivelmente generais do Exército, estariam manifestando preocupação em relação à criação de uma nova força de segurança.
A Guarda Nacional seria um modelo representando a união de diversas forças de segurança para a proteção de prédios públicos. O temor das altas patentes militares estaria menos ligado a algum suposto esvaziamento de atribuições do que ao alijamento do centro do Poder.
É preciso lembrar que é o Exército, por intermédio do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que faz a defesa da Esplanada dos Ministérios. A “guarda lulista” representaria na prática significativa perda de influência dos militares sobre os atores políticos em Brasília.
Em entrevista exclusiva a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em 25 de julho, em Brasília, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que a proposta de criação da nova corporação federal foi um pedido do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e deve substituir a Força Nacional de Segurança.
O Ministro descartou qualquer ideia de federalizar a Segurança Pública do Distrito Federal, que continuará sob o comando do governo local. No entanto, a defesa de áreas sob jurisdição da União – como a Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes e residências oficiais, entre outros pontos sensíveis da capital – passaria a ser atribuição da Guarda Nacional.
Segundo noticiado pela CBN, o projeto de criação da Guarda Nacional está na Casa Civil, mas estaria em “banho maria”. Segundo relatado pela jornalista Vera Magalhães, o Ministro da Defesa, José Múcio, teria interferido na tramitação da proposta e pedido que a ideia fosse retirada do chamado “pacote da democracia” de Lula.
A segurança pessoal do Presidente da República hoje é feita pela Polícia Federal, não mais pelos militares do Gabinete de Segurança Institucional. Segundo Lula, há uma crise de confiança com os militares.
Sobre essa crise de confiança, Lula afirmou a respeito dos atos de 8 de janeiro:
“Teve muito agente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas aqui de dentro coniventes. Eu estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles aqui”, afirmou.
RSM/JB Reis