Em uma região árida no norte do Zimbabué, nos distritos de Urungwe e Sipolilo, próximo ao Vale do rio Zambeze, vive uma tribo que tem ganhado notoriedade mundial.
Parte considerável de seus habitantes, chamados de Doma, vaDoma ou Bantawana — que significa filhos ou descendentes — são portadores de uma síndrome que lhes confere uma particularidade física.
A condição, cientificamente denominada Ectrodactilia, provoca uma alteração no formato dos pés e/ou das mãos, que passam a ter apenas dois grandes dedos. Os membros ainda estão voltados para dentro.
A deformação afeta uma a cada quatro crianças da tribo Bantawana e fez com que seus integrantes fossem apelidados de “pés de avestruz”.
Por que os ‘pés de avestruz’ são mais presentes na tribo africana?
Para explicar por que a presença da condição na tribo é tão frequente, seus anciãos recorrem a um mito.
Eles contam que seus ancestrais, em tempos remotos, eram seres semelhantes a pássaros, que vieram do sistema estelar de Sirius e misturaram seu DNA com o das primeiras mulheres da Terra para gerar sua descendência.
Esses ancestrais teriam estabelecido as primeiras colônias num plano dentro do sistema solar, chamado Liitolafisi.
Essa perspectiva faz com que a comunidade não veja a deformação com maus olhos dentro da comunidade.
Já a ciência apresenta outra hipótese para elucidar a situação.
Qual é a hipótese da ciência?
Os cientistas afirmam que a prevalência da doença entre os Bantawana está relacionada ao fato de viverem isolados e de proibirem o casamento com pessoas de fora da tribo.
Isso tem um impacto significativo na manifestação da deformidade, tendo em vista que uma das principais causas da Ectrodactilia é uma mutação genética dominante no cromossomo 7.
Ser dominante significa que a expressão ou a aparecimento da doença requerem apenas uma única cópia de um gene anormal.
Revista Oeste