A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que investiga a legitimidade das ações do movimento social, deverá voltar a ter maioria de deputados de oposição ao governo Lula. As trocas devem ser oficializadas nesta 3ª feira (29.ago.2023).
A troca de nomes na CPI coincide com a demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em realizar a reforma ministerial, que deve sedimentar a entrada do PP e Republicanos na gestão petista. Integrantes da CPI, porém, negam que as mudanças na composição tenham relação com as alterações aguardadas na Esplanada.
O Poder360 apurou que mesmo que a troca ministerial seja feita nesta semana, a maioria oposicionista na comissão está garantida. As alterações devem ser feitas justamente nas vagas do PP e Republicanos. No caso da bancada do Republicanos, a sigla poderá substituir ou não indicar um novo nome para a CPI.
O União Brasil terá troca de cadeiras, mas os suplentes oposicionistas, deputados Coronel Assis (União Brasil-MT) e Coronel Ulysses (União Brasil-AC), devem votar no lugar dos titulares governistas quando o relatório do colegiado for apresentado.
As novas trocas serão a 2ª mudança na composição da CPI neste mês. Em 9 de agosto, em um movimento articulado pela bancada governista na Câmara, integrantes da oposição foram substituídos na CPI do MST depois de mudanças feitas nas cadeiras ocupadas por partidos do Centrão –grupo de partidos sem coloração ideológica clara que adere aos mais diferentes governos.
Caso as mudanças se concretizem e o governo perca a maioria no colegiado, governistas deverão sofrer derrota com a possível aprovação do relatório do grupo. O Poder360 apurou que o relatório do deputado Ricardo Salles (PL-SP) deve pedir o indiciamento de integrantes do MST –alguns inclusive, aliados de Lula. Salles pretende ler seu relatório na próxima 2ª feira (4.set.2023).
Instalada em 17 de maio, a proposta da CPI foi apresentada por deputados da oposição depois que invasões de terras foram registradas em áreas do sul da Bahia e Goiás, em março. O colegiado mirou nomes aliados históricos de Lula, entre eles José Rainha, líder sem-terra, e João Pedro Stédile, líder nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A comissão também ouviu Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), e aprovou a convocação de Rui Costa (Casa Civil). O requerimento, porém, foi anulado posteriormente por decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A CPI é temporária e deve concluir os trabalhos sem pedir a sua prorrogação.