O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que também é ex-vice-presidente da República, se pronunciou nesta quinta-feira (10) sobre a possibilidade de adesão do partido Republicanos ao governo Lula, considerando tal cenário como “um golpe duro”. As negociações em andamento envolvem a indicação do deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para um ministério no governo, o que tem gerado reações diversas dentro da legenda.
“Uma adesão do Republicanos ao governo seria um golpe duro para nossos eleitores e para mim em particular”, afirmou em entrevista ao Portal G1.
Mourão, que se filiou ao Republicanos em março de 2022 e foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul, não descarta a hipótese de deixar o partido caso a aliança com o governo Lula se concretize. Sua posição é reflexo das divisões internas que têm surgido diante das tratativas.
A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de nomear Silvio Costa Filho (Republicanos) e André Fufuca (PP) para ministérios do governo tem impactado não apenas a dinâmica partidária, mas também as articulações políticas em outros âmbitos.
A articulação entre o governo e o Centrão resultou na modificação da CPI do MST, que teve sua configuração alterada após negociações. A convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi anulada, o que gerou discussões e controvérsias entre os membros da comissão parlamentar de inquérito.
Além do senador Mourão, outra figura de destaque que tem expressado suas preocupações com a possível adesão do Republicanos ao governo Lula é o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, também filiado ao partido. Freitas ponderou a possibilidade de deixar a legenda caso ela se alinhe à gestão Lula, evidenciando a relevância das decisões políticas em curso para o futuro da agremiação.
“Eu sou contra. Não gostaria de ver o meu partido fazendo parte da base do governo. Isso é uma coisa que eu vou avaliar com o partido”, falou Tarcísio em conversa com jornalistas no Palácio dos Bandeirantes.