Ministro do STF autorizou operação da PF que mira a venda de presentes de Estado supostamente desviados pelo ajudante de ordens do ex-presidente
Ao autorizar a Operação Lucas 12:2 da Polícia Federal, nesta sexta-feira (11), o ministro Alexandre de Moraes chegou à conclusão que a ida de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, dois dias antes do fim de seu mandato, não foi uma viagem despretensiosa do ex-presidente, motivada pela falta de vontade de passar a faixa presidencial a Lula. Para o ministro, o caso da venda de relógios e outras joias recebidas pela Presidência da República, em operações capitaneadas pelo ajudante de ordens Mauro Cid, o general Mauro César Lourena Cid, pai do ajudante de ordens, e o advogado Frederick Wassef, indica outro motivo.
“Mais uma vez, há robustos elementos de prova no sentido que os bens extraviados, provavelmente com o uso do avião presidencial em 30/12/2022, foram objeto de verdadeira Operação resgate, com objetivo de esconder o fato de que haviam sido alienados”, escreveu o ministro.
A decisão que autorizou a operação tem 105 páginas e conta com ilustrações e gráficos que apontam que houve de fato a alienação de peças preciosas, como relógios e joias, recebidas por Bolsonaro enquanto chefe de Estado. Esses bens, nem é necessário lembrar, pertencem à Presidência da República, e não ao seu espólio pessoal — e não poderiam ser vendidos.