O apagão da rede elétrica no país, que durou aproximadamente 6 horas, ampliou a pressão sobre o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Antes, a ala bolsonarista do PSD e a esquerda do PT queriam sua cabeça. Agora, políticos e estrategistas do Centrão já falam até em substitutos.
O deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (União Brasil-PE) é citado como possível alternativa a Silveira. A vaga, em teoria, é do PSD. Mas isso não desanima as articulações do grupo.
Bezerra Filho foi ministro de Minas e Energia de Michel Temer (MDB). Ele é considerado um político hábil e é querido entre congressistas do Centrão.
Mesmo com a pressão, Silveira mantém apoios importantes dentro e fora do partido. Eis quem apoia hoje o ministro:
- Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – presidente do Senado é do mesmo partido e Estado do ministro;
- Omar Aziz (PSD-AM) – é dos senadores mais influentes do PSD. Presidiu a CPI da Covid;
- Geraldo Alckmin – vice-presidente e ministro da Indústria diz que ele tem “feito um bom trabalho”;
- Biodiesel – setor, representado pela Unica, ampliou o apoio ao ministro na semana passada.
Silveira tem se aproximado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele estava no Paraguai com o petista pela manhã para a posse do presidente Santiago Peña. Depois do apagão, voltou ao Brasil.
Petistas têm hesitado em aderir ao novo movimento que pede o afastamento do ministro. Dizem que o apagão pode ser um “boicote” de setores contrários ao PT e que precisa ser investigado.
Silveira vocalizou essas críticas em coletiva de imprensa que realizou no fim do dia para explicar o que aconteceu. Ele disse que as informações técnicas serão divulgadas em até 48 horas. O ministro disse que a Polícia Federal e a Abin também vão apurar a falha para verificar possível “dolo”.
Poder 360