Preparar um prato, consumi-lo e colocar o que sobrou na geladeira a fim de armazená-lo corretamente. O objetivo de guardá-lo é evitar estragar. Entretanto, a comida passa dias e dias em uma das prateleiras do eletrodoméstico. Ao resolver tirar a tigela do aparelho térmico e abri-la, para “surpresa”, o cheiro não é nada agradável, quando não apresenta mofo. Sem dúvidas, o destino certo do alimento será o lixo.
Em busca de gerar uma conscientização a respeito da saúde, mas também contra o desperdício de comida, a Coluna Claudia Meireles entrevistou a nutricionista Lilian Lima, com intuito de saber: “Por quanto tempo os alimentos podem ficar na geladeira após preparados, cortados ou abertos?”. Com especialização em nutrição funcional e esportiva, a profissional atende em clínica homônima em São Paulo.
Armazenar na geladeira
De acordo com a nutricionista, “nunca se deve armazenar alimentos abertos na geladeira”. O hábito tende a aumentar o risco de contaminação cruzada e possíveis desconfortos intestinais. Arroz, feijão, carne e maionese podem ficar no eletrodoméstico até três dias, mesmo período válido para iogurte e leite após a embalagem ser aberta. Em relação ao queijo e presunto, atente-se ao prazo de sete dias.
Tirar a casca de uma cebola e deixá-la na geladeira tem “prazo de validade”. Segundo Lilian, o legume precisa ser usado por completo em até sete dias. Um dos molhos que costumam permanecer por longos períodos na geladeira dos brasileiros é o ketchup. A nutricionista alerta para deixar o alimento temperado à base de tomate, depois de ter o lacre violado, por uma quinzena no aparelho térmico.
Quanto às frutas e legumes, ambos devem ser armazenados na geladeira após serem higienizados e secos. Conforme explica a profissional de nutrição, esses alimentos suportam em torno de 7 a 10 dias no eletrodoméstico, enquanto as folhas, banana e abacate, cinco. “Alho e cebola inteiro e com casca necessitam ficar em local fresco antes de serem manipulados”, recomenda Lilian Lima.
A quem tem o costume de guardar sal na geladeira, a nutricionista avalia como um equívoco, pois o alimento precisa de temperatura ambiente e local seco para não cristalizar com a umidade. O mesmo cuidado carece aos temperos secos e desidratados, já os naturais exigem ser mantidos sob refrigeração em recipientes de vidros. “Tampados por sete dias”, orienta a expert.
Perda de nutrientes
A nutricionista esclarece que “sempre haverá perda de nutrientes quando se prepara os alimentos e o consumo não é feito naquele momento”. Outras desvantagens elencadas estão nos danos nos quesitos sabor e textura. “Existe uma maior chance de contaminação e degradação dos itens mesmo sob refrigeração”, detalha. Ela instrui fazer a quantidade certa para a ingestão momentânea, evitando assim o armazenamento.
Lilian ressalta sobre o que fazer para que os alimentos não percam os nutrientes após cortados, preparados ou mantidos na geladeira.
“Quanto mais manipulamos os alimentos, mais perdem suas características organolépticas, a exemplo de cor, sabor e odor. Para que não tenha tanto desperdício, o ideal é fazer a quantidade certa para o consumo, evitando armazenar. Caso precise guardar, mantenha em recipientes de vidro fechados. Também porcione em quantidades individuais de maneira a impedir repetidos aquecimentos”, receita a nutricionista.
Requentar
Aos “requentadores” de comida, a profissional de nutrição expõe sobre os alimentos perderem “progressivamente as propriedades nutricionais, sabor e textura quando reaquecidos. “Em função da necessidade de se facilitar e agilizar a rotina do dia a dia, costuma-se cozinhar porções maiores e armazená-las na geladeira ou congelador. Essa prática é comum e pode sim ser realizada”, atesta. Mas há alguns adendos.
Lilian frisa sobre “respeitar as condições de higiene dos alimentos e dos recipientes em que serão guardados”. Ela aconselha optar por recipientes de vidro e com tampas, nada de plástico. Por conta da variação de temperatura, o material libera substâncias tóxicas que são transferidas para os preparos, provocando condições de saúde. “Isso causa disfunções endócrinas, dermatológicas e imunológicas”, conclui.
Metrópoles