A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro alegou em nota que o hacker Walter Delgatti Neto prestou informações falsas em seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Os advogados acusam Delgatti de calúnia, argumentando que suas informações são desprovidas de provas. A defesa alega que Delgatti foi ao Palácio da Alvorada e, na presença de testemunhas, o então presidente ordenou a apuração das alegações de vulnerabilidade no sistema eleitoral. No entanto, afirmam que Bolsonaro não teve contato direto com Delgatti após esse episódio.
Delgatti já havia implicado Bolsonaro em depoimento prestado em junho à Polícia Federal. O depoimento levou à deflagração da Operação 3FA, sobre a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e a inserção de um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Em seu depoimento, Delgatti afirmou que Bolsonaro pediu para que ele assumisse a autoria de um grampo que teria sido realizado contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo o hacker, o pedido teria sido feito por Bolsonaro via telefone quando ele encontrou a deputada Carla Zambelli em um posto de combustível na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo.
De acordo com Delgatti, a parlamentar pegou um celular novo, inseriu um chip que ele acredita nunca ter sido utilizado, e o ex-chefe do Executivo entrou em contato.
Eis a íntegra do comunicado.
COMUNICADO AOS VEÍCULOS DE IMPRENSA
Considerando as informações prestadas publicamente pelo depoente Sr. Walter Delgatti Neto perante a Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito na presente data, a defesa do ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, informa que adotará as medidas judiciais cabíveis em face do
depoente, que apresentou informações e alegações falsas, totalmente desprovidas de qualquer tipo de prova, inclusive cometendo, em tese, o crime de calúnia.
A defesa esclarece ainda que, diante de informações prestadas pelo Sr. Walter Delgatti Neto, quando de sua passagem pelo Palácio da Alvorada, acerca de suposta vulnerabilidade no sistema eleitoral, o então Presidente da República, na presença de testemunhas, determinou ao Ministério da Defesa a apuração das alegações, de acordo com os procedimentos legais e em conformidade com os princípios republicanos, seguindo o mesmo padrão de conduta observado em todas as suas ações
enquanto chefe de Estado.
Após tal evento, o ex-Presidente nunca mais esteve na presença de tal depoente ou com ele manteve qualquer tipo de contato direto ou indireto.
São Paulo, 17 de agosto de 2023.
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