A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) revela troca de fake news e mensagens conspiratórias sobre as eleições de 2022. Também mostra que os oficiais envolvidos sabiam dos riscos dos atos marcados para o dia 8 de janeiro e não agiram como deveriam.
Em um dos diálogos, a dois dias do segundo turno das eleições de 2022, o atual comandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves – que era subcomandante da corporação na data das ações golpistas – compartilhou com o então chefe da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira, áudios atribuídos falsamente a Ciro Gomes, no qual fala em afastamento de “Xandão”, em referência ao ministro do STF Alexandre de Moraes, que agora decretou a prisão de ambos.
Os áudios dizem que, na hora da confirmação da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, seria “restabelecida a ordem, se afasta Xandão [sic], se afasta esses vagabundo tudinho [sic] e ladrão, safado, dessa quadrilha”. “Não admito que o Brasil vai deixar um vagabundo, marginal, criminoso e bandido, como o Lula, voltar ao poder”.
Veja prints dentro da denúncia da PGR:
Fotos: Reprodução.
A mensagem compartilhada pelo comandante-geral diz ainda que o Exército teria preparado um golpe de Estado, que demandaria, como primeiro passo, levante popular com “o povo nas ruas”.
No mesmo dia, o coronel Fábio enviou a fake news ao coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, então comandante do 1º Comando de Policiamento Regional, responsável pela segurança da Esplanada dos Ministérios.
Após a vitória de Lula nas urnas, em 1º de novembro, Casimiro enviou a Fábio um quadro com três alternativas contra a posse do petista: suposta aplicação do artigo 142 da Constituição Federal; intervenção militar; e intervenção federal por iniciativa militar.
Metrópoles