O PL não deverá fazer nenhum esforço para proteger a deputada Carla Zambelli (PL) de uma eventual cassação de mandato decorrente do caso da tentativa fracassada de fraudar as urnas em 2022 com o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto.
A informação é do blog do Valdo Cruz, do G1.
A PF prendeu Delgatti e realizou busca e apreensão em endereços de Zambelli na manhã desta quarta-feira (2) pela Operação 3FA.
A deputada pediu ao hacker que tentasse fraudar as urnas e invadir o email de Moraes, segundo depoimento de Delgatti à PF. O pedido teria ocorrido em setembro de 2022, durante encontro na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo.
O hacker não conseguiu cumprir nenhuma das missões. Ele apenas falsificou um mandado de prisão contra Moraes no sistema do Conselho Nacional de Justiça.
Zambelli nega a versão dada por Delgatti, mas ela reconhece que o levou a reuniões em Brasília. Segundo a deputada, o objetivo seria montar uma equipe para fiscalizar as urnas.
O hacker chegou a se encontrar com Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada e com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na sede do partido.
O esquema de Zambelli e Delgatti compõe o inquérito dos atos antidemocráticos e da insurreição de 8 de janeiro.
Além do medo de uma eventual delação de Delgatti, o PL considera que Zambelli perdeu crédito ao longo do ano passado, em especial com a perseguição a mão armada a um crítico na véspera do segundo turno das eleições presidenciais.
O episódio foi registrado em diversos vídeos acessíveis na internet. A discussão começou quando Zambelli foi abordada pelo crítico na entrada de um restaurante na região dos Jardins, na capital paulista.
Em meio à discussão, a deputada aparentou tropeçar, o que deu início à perseguição. Junto a um homem armado, Zambelli sacou sua arma pessoal e encurralou o crítico dentro de um bar, onde se encerrou a discussão sem nenhum disparo.
Presidente de honra do PL, Jair Bolsonaro afirma nos bastidores ter perdido votos por causa do incidente e não atende a deputada desde janeiro.
Zambelli é alvo de inquérito no STF pela perseguição.
Ela é acusada de porte ilegal de arma de fogo, com pena de dois a quatro anos de prisão, além de constrangimento ilegal mediante arma de fogo, de três meses a um ano.
A deputada também responde a um inquérito na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar por xingamentos ao deputado Duarte Jr. (PSB) em audiência com o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB).
O Antagonista