O governo federal assinou, na tarde desta quinta-feira (10), a portaria que prevê a redução de voos no aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, e o aumento do número de voos no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na Ilha do Governador, zona norte da capital fluminense.
O evento reuniu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, no Porto Maravilha, na Região Portuária do Rio, além de outras autoridades.
“Não era preciso ser engenheiro ou gestor para saber que não tinha sentido o aeroporto do Galeão ficar paralisado porque as pessoas, por comodidade, preferem sair do Santos Dumont. O Galeão foi construído para ser o aeroporto internacional, a entrada de qualquer estrangeiro que quisesse vir para o Brasil”, afirmou o presidente Lula.
A portaria deve ser adotada em caráter de urgência a partir do dia 2 de janeiro de 2024, para permitir a adequação das malhas das empresas aéreas. De acordo com a resolução, as operações no Santos Dumont devem ser planejadas levando em consideração a distância máxima de 400 quilômetros de seu destino ou origem, em aeroportos de voos domésticos.
Com isso, o aeroporto só poderá manter rotas para São Paulo, Belo Horizonte e Vitória. Porém, o Santos Dumont não irá manter as operações com aeroportos internacionais, como Guarulhos e Confins, por exemplo.
Segundo a Infraero, serão implantadas áreas de escape na pista do aeroporto, visando a segurança operacional dos voos, já que o Santos Dumont é limitado, geograficamente, pela Baía de Guanabara.
“Eu também prefiro viajar no Santos Dumont, com aquela vista linda, um charme. Mas uma cidade como o Rio, sem um aeroporto internacional, é uma cidade fadada a se transformar num balneário charmoso. O voo internacional só vai onde tem voo doméstico, porque assim pode se deslocar pelo país. A briga não é contra o Santos Dumont em favor do Galeão, é uma questão de equilibrar o jogo que só fez mal ao Rio de Janeiro”, disse o prefeito Eduardo Paes.
Segundo a prefeitura, estudos feitos pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação e Simplificação mostram que somente com a coordenação entre os aeroportos, como é feito em outras grandes e importantes cidades do mundo, seria possível reverter a perda de passageiros do Galeão.
A pesquisa apontou que, entre 2019 e 2022, o aeroporto Internacional Tom Jobim registrou uma queda de 58% do fluxo de passageiros, ficando em 10º lugar no ranking de movimento de passageiros, em 2022, no país.
Estimativas da Secretaria apontam ainda que a mudança pode gerar, ao longo de 10 anos, R$ 50,6 bilhões para a economia do Estado e mais de 680 mil empregos.
“Encontramos um formato jurídico para dar lastro a essa decisão para que a gente volte a ter no Galeão muitos voos, muitos passageiros, e para que o Galeão volte a ser o maior aeroporto do Brasil”, declarou o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.
Durante agenda no Rio nesta quinta, o presidente Lula também visitou as obras do local que vai receber a primeira graduação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). A estrutura está sendo construída pela prefeitura do Rio em um galpão de 10 mil m² e ficará pronta ainda neste semestre, no Porto Maravalley.
O espaço deve abrigar ainda um hub de tecnologia, para startups e grandes empresas do setor. O governo federal, através dos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, ficará responsável pelo custeio da faculdade, começando com 100 alunos no primeiro ano e investimentos de R$ 16,7 milhões.
CNN Brasil