A candidata à Presidência da Argentina Patricia Bullrich disse que a disputa interna de sua coligação, a Juntos por el Cambio, prejudicaram os resultados nas eleições primárias de domingo (13.ago.2023). Ainda assim, afirmou que o país votou “contra o kirchnerismo”. Segundo ela, é preciso ouvir as ideias de seu adversário Javier Milei, da coalização La Libertad Avanza, que terminou a disputa em 1º lugar.
Além de Bullrich, a coalizão Juntos por el Cambio apresentou o nome de Horacio Larreta, prefeito de Buenos Aires. “Em muitos casos, [a disputa interna] foi descrita como um ego interno, como algo pessoal, mas não era”, disse ela em entrevista ao jornal argentino La Nacion publicada nesta 3ª feira (15.ago).
Com o resultado das primárias, a disputa pela Presidência argentina, marcada para 22 de outubro, foi reduzida a 5 candidatos: Javier Milei, Sergio Massa, Patricia Bullrich, Juan Schiaretti e Myriam Bregman.
Eis as percentagens de cada candidato nas primárias:
Questionada se Milei poderia fazer parte de sua gestão, Bullrich respondeu: “Todos podem estar no meu governo”. Segundo ela, as ideias de Milei “vem para contribuir” na discussão sobre uma nova Argentina. “É preciso ouvi-las”, afirmou.
Bullrich falou que tanto a sua coligação quando a de Milei apresentaram aos argentinos mudanças em relação ao governo atual. Os resultados das primárias, segundo ela, indicam que os eleitores votaram “contra o kirchnerismo” e “contra a política que acredita que o poder é para si”.
Ela afirmou que Milei soube transpor “setores onde a Juntos por el Cambio sempre teve dificuldade de entrar”.
QUEM É PATRICIA BULLRICH
Conhecida como a dama de ferro argentina, Patricia Bullrich Luro Pueyrredoné formada em humanidades e ciências sociais com foco em Comunicação pela Universidade de Palermo e tem mestrado e doutorado em ciência política pela Universidade de San Martín.
Bullrich foi deputada por Buenos Aires de 1993 a 1997 e de 2007 a 2015. Também atuou como ministra do Trabalho (2000-2001), da Segurança Social (2001) e da Segurança (2015-2019), nos governos de Fernando de la Rúa e Mauricio Macri.
Ela prometeu que, se eleita, fará um governo austero. “Uma das questões que nos caracteriza é a austeridade total e absoluta. Sempre disse que terei o governo mais austero de que a história argentina se lembra”, falou ao La Nacion.
“Acredito no bom uso do dinheiro público, em sair dos privilégios do poder e viver com humildade. Eu quero ser como a [ex-chanceler da Alemanha] Angela Merkel, morar na minha casa”, disse.